Tudo o que acontece em nossas vidas decorre das decisões que tomamos e das escolhas que fazemos. Até mesmo quando não definimos uma opção, estamos fazendo uma escolha e o que vem a seguir, guarda relação de causa e efeito com aquela decisão escolhida. Em outro artigo tratarei da relação de causa e efeito. Não são raras as vezes que discutimos e debatemos sobre o efeito, quando deveríamos nos ater à causa, à raiz dos problemas e situações que estamos analisando.
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No Brasil fizemos uma escolha equivocada ao priorizarmos o ensino superior, em detrimento à educação básica. Não que o nível superior não seja importante, pelo contrário, é muito relevante na trajetória de quem busca boa colocação e melhores oportunidades no mundo do trabalho, cada vez mais competitivo. Porém, não se constrói uma obra começando pelo teto, inicia-se por uma boa base, um alicerce bem estruturado, sobre o qual construímos toda a estrutura.
Não é raro ouvirmos que os primeiros semestres dos cursos universitários precisam ser usados para fazer um nivelamento do conhecimento dos calouros, uma vez que eles chegam com base de conteúdo e conhecimentos insuficientes para o que precisarão assimilar nos cursos. Remete-nos, portanto, a concluir que a educação básica precisa melhorar.
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Nessa linha entendo que precisamos escolher, investir e priorizar a educação básica, de modo que os estudantes cheguem ao final do ensino médio melhor preparados, seja para ingressar no nível superior, ou então, iniciar a trajetória profissional. O resultado (efeito) de nossa escolha até aqui foi uma legião de jovens que, ao final do ensino médio, não tendo obtido êxito no concurso vestibular e não estando preparados para o mundo do trabalho, acabaram engrossando a fila dos que nem estudam, nem trabalham, os chamados “nem, nem”.
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A mudança em curso que está ocorrendo em todo o país com o novo formato para o ensino médio tem como propósito mudar esse cenário e, além de despertar maior interesse dos alunos para com os estudos, oferecer-lhes condições para que se preparem melhor para suas vidas e suas carreiras e, ao não lograrem êxito numa primeira tentativa de ingresso na universidade, possam buscar uma colocação no mundo do trabalho. Posteriormente, esse mesmo aluno poderá fazer nova investida no vestibular.
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A vivência profissional irá agregar diferenciais competitivos para aqueles que a experimentarem, de modo que, ao ingressarem numa universidade, chegarão melhor preparados com a experiência profissional adquirida.
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Educação é um processo sequencial. Para que os alunos cheguem bem-preparados no final do nível médio precisamos de uma boa educação nos anos finais. Para que cheguem bem-preparados para anos finais, precisamos ter uma boa educação nos anos iniciais, e assim alcançaremos melhores resultados no processo educacional.
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