Em um de meus textos anteriores apontei uma série de medidas e informações do governo federal, difíceis de serem explicadas e entendidas. Passados os quatro primeiros meses de governo, os sinais advindos de Brasília não me parecem nada animadores. A insistente tentativa de interferência direta do presidente na gestão da Petrobras, com críticas à distribuição de dividendos aos acionistas, sendo que o governo é o maior deles e, portanto, o maior beneficiado com os lucros.
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Bom mesmo foram os períodos em que a Petrobras fora saqueada e apresentara resultados negativos. Como defender o aporte de recursos do BNDES para governos de outros países, quando o Brasil precisa tanto de investimentos, mormente em infraestrutura? Queda do nível de confiança de consumidores e empresários, culminando com a queda no índice de abertura de empresas, redução da oferta de empregos, e o menor nível de venda de veículos em 17 anos. O empenho e a luta do governo, com acusação de compra de parlamentares para retirarem as assinaturas do pedido para instalação da CPMI sobre os atos de 8 de janeiro. Após a exposição de vídeos da invasão aos três poderes, uma mudança radical de postura, com os governistas lutando pelo comando da CPMI.
Vemos também o escancarado crescimento do nepotismo cruzado entre integrantes do governo. Como entender o questionamento quanto à autonomia do Banco Central, que vem atuando corretamente para evitar a volta da inflação. Discursos e falas inflamadas contra os juros elevados, na linguagem popular, querer baixar as taxas no grito, na vontade pessoal ou na base da caneta.
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Um programa para defender “pessoas que menstruam”, como se outras pessoas, além das mulheres, também menstruassem. Uma vergonha atrás da outra. Isso é biológico, e configura uma banalização da ciência. Voltar a exigir visto para entrada no país dos cidadãos dos EUA, Japão, Austrália e Canadá, um tiro no próprio pé contra o turismo no Brasil. Retomada das relações com o governo ditador da Venezuela.
Afirmar que a economia da Argentina vai bem ou que existe democracia na Venezuela e em Cuba, na insistente narrativa de uma mentira repetida seguidamente, até que seja considerada verdade. A constrangedora visita de um chefe de estado brasileiro aos EUA, com duração de menos de uma hora e que não teve nota conjunta, nem coletiva para a imprensa, e nenhum acordo firmado. Afirmar que o PIB brasileiro cresceu “nada” em 2022 (2,9% de crescimento, segundo o IBGE); onde andam as agência de checagem e combate às fake news?
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E o presidente continua andando por aí e falando muitas bobagens que maculam e depõem contra a imagem do Brasil. E, mais do que falar, com atitudes que em outros tempos deixariam todos escandalizados, como a gastança nas viagens internacionais. Minha limitada capacidade de entendimento, dificulta-me entender como tudo isso acontece, com a complacência daqueles que foram tão combativos contra o governo anterior.
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