Quando estava à frente da Secretaria de Estado da Educação pude constatar, em várias oportunidades, as belíssimas apresentações artísticas dos alunos da rede estadual, sob o magnífico trabalho dos professores. Acompanhei casos em que, por meio da arte, e tendo o olhar carinhoso e zeloso dos mestres, estudantes foram “resgatados”, de uma postura inadequada em sala de aula, tornando-se referência, quando identificado neles, um dom artístico especial.
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Via de regra, ao visitar as unidades escolares, a recepção contava com uma apresentação artística, sempre um colírio para os olhos e que faziam bem para a alma. A arte nos auxilia a lidar melhor com as agruras e desafios do cotidiano e nos estimula a sermos mais criativos, dando asas à imaginação. Nas palavras do artista Picasso: “A arte lava da alma a poeira da vida cotidiana”.
Pois nos últimos tempos, temos visto exposições de arte que são uma afronta ao minimamente aceitável em termos éticos, morais e de civismo. Para adultos é uma questão de gosto ou não, mas quando envolve crianças, o tema precisa ser bem mais aprofundado e analisado cuidadosamente. Não me parece bom, permitir que crianças participem de apresentações com um adulto nu, independentemente de qual sexo.
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A mostra de arte que seria realizada em um banco, ainda no governo anterior, foi cancelada depois da reação pública acerca de arte, sexualidade e censura. A alegação dos que se levantaram contra foi de que algumas obras afrontavam símbolos católicos, além de fazerem apologia à pedofilia e a zoofilia. No ano em curso, em evento no Ministério da Saúde, vimos uma questionável exibição, paga com dinheiro público, para um grupo teatral apresentar o que seria arte, uma dança erótica que vulgariza a arte.
Pois essa baixeza em termos de arte, acabou se repetindo em outro órgão de governo federal, numa arte que apresenta três personalidades públicas jogadas num lixo, estampado com as cores da bandeira nacional, além de outras vulgaridades com nosso símbolo maior. Há quem chame aquilo de arte. Pois é!
Triste é saber que um gestor autorizou aquela exposição, colocando em cheque a já denegrida imagem do governo federal junto à população. Escolas da cidade do Rio de Janeiro protagonizaram outro caso do que poderia se chamar de arte, com uma apresentação erótica entre figurantes imitando égua e cavalo, tudo pago com recursos públicos.
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Se apresentações como estas têm como público os adultos é uma coisa. Agora, expor crianças a situações inconcebíveis como aquelas, só com muita falta de noção para ser conivente, autorizar e levá-las para assistir. Façamos bom uso das artes para melhorar nossas vidas e a educação de nossas crianças, não permitindo que elas sejam expostas a vivências que em nada contribuem para suas vidas e suas trajetórias enquanto estudantes. Será bom para elas e melhor ainda para nós, enquanto sociedade.
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