Já está mais do que na hora de abandonar as velhas regras do vinho. Essa é a questão! Beber o que você gosta não pode se transformar em uma coisa difícil. E a verdade é que não existe um código secreto para a escolha do vinho.
"Quando as pessoas perguntam cegamente a um sommelier que vinho elas deveriam beber com sua comida, existe o entendimento de que o paladar de um profissional de vinhos é superior, que de alguma forma ele conhece uma fórmula que irá desbloquear todo o potencial de um prato e encantar seu paladar, ou pelo menos não matá-lo. Mas o paladar das pessoas é exclusivamente pessoal – as pessoas têm diferentes sensibilidades a certos sabores e aromas. Não existe um acompanhamento e um vinho perfeito para cada tipo de pessoa"(Bianca Sanon).
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O que acha de menos regras e mais prazer?
É hora de repensarmos as regras tradicionais dos vinhos, de passar do que “deveríamos” beber para o que realmente queremos beber.
Porque não escolher um vinho pensando na vibe que você está naquele momento e não simplesmente gastar sua energia se preocupando única e exclusivamente com o prato que irá harmonizar com o vinho ou vice-versa.
Os vinhos podem ser ácidos, tânicos, frutados, amadeirados, defumados, mas também podem ser chamativos, elegantes, comoventes e charmosos.
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Ir além da terminologia tradicional do vinho permitirá que você experimente e explore as vastas possibilidades do que a harmonização tradicional pode fazer em uma refeição. Isso, por sua vez, faz com que você se sinta com poder para beber um vinho por causa da maneira como ele o faz feliz, em vez de se limitar aos sabores que estão em seu prato. Já parou para pensar nisso?
Apenas beba o que você gosta.
A chave para o conhecimento do vinho é a vontade de explorar. Essa história do vinho errado, limita experiências. O vinho “errado” não é um vilão que quer estragar uma refeição. É a comida que traz interações complexas de sabor na mistura e pode afetar o equilíbrio do vinho, e não o contrário.
Um sommelier é muito mais do que uma autoridade cega sobre quais sabores fazer a combinação adequada, da mesma forma que um arquiteto é mais do que combinar estilos de designs e cores. É sobre conhecer o restaurante, o cliente e a experiência que eles desejam (restaurante e cliente).
Por isso, ao perguntar sobre harmonização de vinho, priorize o momento e a ocasião: O que você quer da refeição? Quando você for jantar fora e criar o hábito de pensar desta maneira, vai ficar surpreso ao perceber que é mais importante beber o que lhe agrada, sem deixar o medo da “harmonização perfeita” interferir.
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Há muito a se considerar além dos sabores complementares. É sobre a experiência que uma pessoa deseja ter, levando em consideração suas preferências pessoais, humor, companhia e ocasião.
Agora para finalizar faço uma pergunta: Estou dizendo que os sommeliers são irrelevantes? Ou que harmonização não importa? De jeito nenhum, pois há algo muito romântico, além de educativo no ritual de harmonização do vinho.
O problema é que muitas vezes nos prendemos tanto a regras e formatos, que estamos o tempo todo buscando a combinação perfeita e sinto muito, mas ela não existe, pois a perfeição é algo muito subjetivo, para não dizer claramente que ela não existe.
No final das contas, é sobre você que eu estou falando. Beba o vinho que lhe agrada, antes de tudo… até da comida.
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Fonte: Bianca Sanon
