As vaias de grupos de servidores e várias corporações contra o governador Carlos Moisés da Silva, na abertura solene dos trabalhos na Assembleia Legislativa (Alesc), revela que o prazo de carência dado aos novos governantes encerrou-se após um ano de mandato.
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A principal motivação dos manifestantes foi o projeto da reforma da Previdência em Santa Catarina, remetido no final do ano passado ao Legislativo, e que sofre fortes restrições principalmente das corporações que mais o apoiaram, como Polícia Militar e Bombeiros Militares. Mas há insatisfações detectadas em outros setores do funcionalismo e da sociedade catarinense pelas decisões e omissões em 2019.
As reações mais fortes continuam no setor agrícola, em função da tentativa de impor aumento de 17% nos defensivos agrícolas, tema que continua aguardando definição federal. Vários prefeitos queixam-se também de que não foram firmados os convênios prometidos e que não são recebidos pelo governador, e também não recebem sua visita em seus municípios. Reclamação idêntica registra-se entre dirigentes de entidades do setor produtivo.
A reforma da Previdência representa o primeiro desafio político do governo neste início de ano. Ao lado dele, as pretensões dos policiais militares em relação às perdas salariais dos últimos seis anos. E, pelos primeiros movimentos, as reivindicações que já são formalizadas por outras categorias, como a dos professores e dos servidores da área da saúde.
O ano começa com as atenções voltadas para a Alesc, onde duas questões delicadas dependem de votos parlamentares: o pedido de impeachment feito pelo defensor público estadual Ralf Zimmer Júnior e o requerimento de uma CPI sobre as baladas na Casa d'Agronômica, anunciada pelo deputado Kennedy Nunes, do PSD.
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