O que pensa hoje o industrial catarinense sobre as eleições?
Mário Cezar de Aguiar: Há uma incerteza muito grande. Também um risco maior. O Brasil está polarizado entre o nós contra eles. Os empresários estão segurando os investimentos para ver para que lado a política caminha. É um momento decisivo para o Brasil. Mudanças bruscas não são favoráveis a um crescimento sustentável.
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Os empresários esperam que haja união nacional, o fim da dualidade hoje existentes. As reformas são vitais, sem viés político. Temos que enfrentar a reforma previdenciária. Não dá para seguir como está. É matemático. E preciso reduzir o tamanho do Estado, promovendo a reforma tributária. A reforma política é inadiável. Não dá para continuar esta quantidade de partidos. A primeira meta do novo governo deve ser de união nacional dos brasileiros, investindo na educação, garantir a segurança, criar a segurança jurídica para investimentos.
Quais são os novos projetos do Sistema Fiesc?
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Mário: Desde o início trabalhamos com a continuidade e o bom trabalho que a instituição vem fazendo nas últimas gestões. Estamos incrementando agora o que chamamos de “4 Is”. O primeiro “I” seria a internacionalização.
O Brasil está pouco inserido no mercado internacional, e em Santa Catarina não é diferente. Precisamos maior participação no comércio mundial. Não só na exportação. Vamos também importar aquilo que nos falta para agregar valor à produção e exportar. Vamos estimular exportações com maior valor agregado. O outro “I” trata da inovação. Precisamos fazer com que nossa indústria seja inserida na filosofia da indústria 4.0, modelo novo que mudará totalmente os nossos colaboradores como o tipo de produção. O Senai está muito bem preparado para adequar nossas indústrias.
E os outros dois?
Mário: O terceiro “I” se refere à infraestrutura do Estado. Constatamos que há grande injustiça com Santa Catarina. Somos 7 milhões de habitantes. Se compararmos com o Maranhão, constatamos que recebemos 1,27 e o Maranhão recebe ao contrário 7,21. Há um descompasso. Entendemos que é uma questão de inteligência investir no Estado. Nossa economia é muito forte. A União acaba recebendo mais recursos. E a maior barreira é a precariedade da infraestrutura. A carência afeta toda nossa economia. E o quarto “I” é a inclusão. É colocar a indústria no mercado mundial, no modelo 4.0, incluir nossos trabalhadores na sociedade, como o emprego às pessoas com deficiência.
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