O anúncio do governo federal de cortes de verbas nas Universidades e instituições federais de ensino acabou provocando um clima de relativo pânico aqui no Estado.
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Na Universidade Federal de Santa Catarina, por exemplo, o anúncio veio com a informação exagerada de que no segundo semestre as atividades seriam suspensas. A ameaça soou como chantagem política ou excesso de zelo das autoridades da reitoria.
Esta notícia acabou gerando intranquilidade entre milhares de estudantes e famílias, especialmente, entre os mais pobres e os que estão concluindo os cursos e aguardando com grande expectativa os atos de formatura.
Primeiro, que a Universidade Federal de Santa Catarina não vai fechar em agosto como chegou a ser cogitado. Segundo, como qualquer órgão público, as instituições federais de ensino também estão sujeitas a redução das despesas em época de grave crise financeira como a que vive o Brasil este ano. Precisam é avaliar o que pode e não deve ser reduzido nas despesas. Terceiro, estas instituições também podem capitalizar recursos em projetos com empresas privadas.
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Os cursos de engenharia da UFSC, por exemplo, tiveram aprimoramento, equipamentos e recursos, no século passado, com milionários convênios com indústrias catarinenses e de outros Estados. Além disso, como todos sabem, há muito desperdício nas Universidades e instituições federais.
Na terça-feira (7), na Comissão de Educação do Senado, o ministro da Educação esclareceu que não houve corte mas contingenciamento. Isto significa que as verbas não foram cortadas, mas estão congeladas.
E explicou que se a reforma da previdência for aprovada e o crescimento for retomado, os bloqueios poderão ser revistos.
O que precisa ficar claro é se os cortes atingem também o ensino fundamental e as escolas técnicas na intensidade anunciada. Estes, sim, precisam ser defendidos, porque são vitais para o desenvolvimento da nação.
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O governo erra na execução linear dos bloqueios, mas as Universidades Federais em particular e as instituições superiores públicas mantidas pela União não formam núcleos isolados, alheios à crise. Além disso, sua gestão sofre críticas constantes da sociedade.
Ameaças e clima de pânico não resultarão em mais recursos para as universidades.