Tema político de maior repercussão em Santa Catarina e ampla cobertura da imprensa nacional, a condenação e prisão do deputado federal João Rodrigues (PSD) provocou mudanças no cenário da sucessão estadual. Entre as principais se destacam:

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1 – A pré-candidatura de João Rodrigues ao governo pelo PSD implodiu. Seu nome avançava na disputa da majoritária dentro da estratégia do articulador Júlio Garcia de selar uma aliança com o PMDB. O parlamentar era tido como nome ideal, mais popular, mais forte e com discurso mais contundente.

2 – O Oeste tem reduzida sua representação na chapa majoritária, com candidato a governador ou como vice.

3 – Nos bastidores, desde que o falecido senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) passou a ser cogitado como nome de consenso da tríplice aliança para retornar em 2018, o vice já estava definido. Seria do Oeste e a escolha recaia sobre o ex-secretário Antônio Gavazzoni, seu segundo suplente e considerado revelação política e administrativa.

4 –  Com a citação de Gavazzoni na delação da Odebrecht, Gavazzoni tomou outro rumo e desistiu da politica. O segundo da região, João Rodrigues, acaba de ser detonado pela Justiça Federal.

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5 – Fica o deputado Gelson Merisio, que não se pronunciou sobre os últimos acontecimentos, recolheu-se em respeito ao correligionário, mas em breve deve retomar os contatos com outros partidos e com outras regiões. Já repetiu a várias lideranças: “Serei candidato a governador na convenção estadual do PSD dia 5 de agosto”.

6 – O governador Raimundo Colombo, que torcia por Rodrigues, emudeceu. Seu grupo acha que Merisio pode sair enfraquecido, abrindo caminho para seu sonho de aliança do PSD com o PMDB. A convenção poderá, assim, ter cabo-de-guerra entre Colombo e Merisio.

Para completar: é inimaginável na geopolítica da eleição deste ano uma chapa majoritária que não contemple um nome do Oeste catarinense.

Transferência

Advogado Marlon Bertol esteve ontem em Porto Alegre, em audiência com a desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, sobre o pedido de transferência do deputado João Rodrigues(PSD) para Brasília. Ele protocolou o requerimento externando otimismo com o atendimento, em virtude de precedentes. A partir do dia 17 de fevereiro deve requerer a prescrição da pena.

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Recomeço

Maestro de uma orquestra dissidente no PSD, Júlio Garcia perdeu seu spalla, com a condenação e prisão do deputado federal João Rodrigues. O ex-deputado, um exímio articulador político, deverá anunciar sua nova filiação partidária no final de fevereiro ou inicio de março. Indagado sobre se tinha plano B, com a queda de Rodrigues, foi objetivo: “Vamos esperar para ver o que acontece. Está tudo zerado”.

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