A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), liquidando com a prisão em segunda instância, abre as portas das cadeias para criminosos e corruptos de colarinho branco no maior golpe a favor da impunidade. É uma pá de cal na Lava-Jato, a operação que desbaratou o maior esquema de corrupção no Brasil, descobrindo e comprovando o desvio de bilhões de reais subtraídos do orçamento de investimentos em saúde, educação e segurança para os bolsos de políticos, de parlamentares réus em processos criminais, de autoridades denunciadas ou indiciadas.

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Afinal, o que dizer de juízes em todos os níveis que estudaram durante anos, aprimoraram os conhecimentos em cursos de mestrado e doutorado, debruçaram-se em longas leituras sobre jurisprudência e doutrina, analisaram com espirito de Justiça os processos que a eles foram submetidos,  constataram provas irrefutáveis e lavraram sentenças solidamente fundamentadas,  irrecorríveis no mérito e no conteúdo, sabendo que jamais serão executadas, quando envolverem os políticos e os ricos.  Porque eles estarão protegidos pelo STF em todas as  instâncias.

E os policiais civis e militares, federais e estaduais, que arriscam a vida em investigações, enfrentando organizações criminosas, combatendo a corrupção e seus autores, e se sentirão frustrados no dia a dia, porque os bandidos que prenderam em flagrante ou depois de exaustivas investigações,  estarão em plena liberdade, muitas vezes debochando das autoridades policiais.

Integrantes do Ministério Público, Federal e Estadual, terão que tipo de estímulo para dedicação as atividades de combate a corrupção e a criminalidade, sabendo que suas denuncias não terão resultado prático de restabelecimento da Justiça e de preservação dos direitos dos cidadãos?       

É uma tragédia o que acontece no Brasil com esta decisão do Supremo Tribunal Federal absurda que protege os bandidos e criminosos e acaba punindo as vítimas, sejam elas particulares, famílias ou os contribuintes que merecem atenção do poder público.

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Tragédia maior é constatar os que continuam defendendo esta mudança de posição da Pequena Corte. Como é possível que, alegando defender a Justiça, acabem blindando criminosos beneficiados com prescrição dos delitos ou milionários que recorrem a advogados famosos para recursos intermináveis,  sinônimo de impunidade vitalícia.

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