Confira entrevista com o novo secretário de Saúde de Santa Catarina, Acélio Casagrande:

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Quais as recomendações que o senhor recebeu do vice Eduardo Moreira?

Muita austeridade no comando e evitar interferência político-partidária. Vamos repetir a experiência vitoriosa de Criciúma. O próprio Eduardo estará uma vez por semana na secretaria. Temos total autonomia para escolher a equipe. Estamos enxugando ao máximo a estrutura. Excluímos uma superintendência inteira, simplificando o sistema de compras, reduzindo o processo burocrático com nova equipe técnica. Estamos fazendo uma revisão profunda e rigorosa em todo o sistema de saúde.

O senhor pretende substituir os diretores dos hospitais do Estado?

Aqueles que tiverem o controle do hospital, com boa gestão e dedicação, vão continuar. Os que não estiverem enquadrados ou sem gestão serão substituídos.

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O que fazer com uma dívida de R$ 1 bilhão, segundo o TCE?

Quando recebermos os dados do Tribunal de Contas vamos fazer uma análise da situação financeira. Comparar os números do TCE e o que for reconhecido pela Secretaria da Saúde. A partir deste diagnóstico vamos nos reunir com o governador para buscar soluções. Estarei na terça-feira com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para colocar nossos problemas e pedir apoio financeiro na solução. Junto com o governo federal e parceria com os municípios venceremos os desafios.

Os hospitais alegam que a tabela do SUS não paga nem os custos…

O custo-saúde hoje é muito mais alto do que a remuneração e a receita apurada. O melhor exemplo é o Samu. Temos R$ 1,8 milhão de receita do Ministério da Saúde e o custo chega a R$ 9 milhões. O Hospital Regional de São José tem custo de R$ 15 milhões. Se contabilizarmos todas as receitas não chegaremos a R$ 2 milhões por mês. Os hospitais filantrópicos ainda conseguem cobrar dos pacientes com planos de saúde e de particulares. Isso dá um certo equilíbrio. Os hospitais nossos são 100% públicos, sem receita.

Os hospitais públicos não deveriam ter direito de internar pacientes de seguradoras e particulares para terem uma receita mínima?

É um debate que devemos provocar. Se os pacientes entram em hospitais públicos e são atendidos, por que não cobrar dos planos de saúde para garantir recursos?  É um debate vital com o Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça e sindicatos de servidores.

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