O Estado de Santa Catarina continua com uma infraestrutura deficiente e em processo de deterioração, especialmente em relação a situação das rodovias federais e estaduais. Mas também carece de portos ligados por ferrovias, necessidade urgente de novos aeroportos em Navegantes e Chapecó e imediata dragagem dos portos de Itajaí e Itapoá.

Continua depois da publicidade

Este cenário foi descrito com números e informações atualizadas pelo presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, e pelo diretor executivo da Câmara de Transporte e Logística, Egidio Martorano, durante a apresentação da Agenda Estratégica de Infraestrutura para 2020.

A liberação de recursos federais em 2019 também revela grande déficit de Brasília com Santa Catarina. O orçamento da União e o PAC previam para este ano 670 milhões de reais. Foram liberados 457 milhões, o que representa 68% do total. 

O problema é que desse total 457 milhões, 42% são referentes a restos a pagar, portanto, sem qualquer nova obra federal no Estado.

Durante sua palestra, o presidente da Fiesc mostrou com dados incontestáveis a importância de investimentos em portos, pelo impacto econômico nas regiões e aumento da receita da União, Estados e Municípios.  A Portonave, por exemplo, é responsável por 45% de toda a arrecadação de ISS da Prefeitura de Navegantes.

Continua depois da publicidade

Sobre a deterioração das estradas federais e estaduais, a Agenda Estratégia conclui que Santa Catarina é líder nacional em número de acidentes e vítimas fatais nas rodovias federais brasileiras. Nas federais a maior concentração da tragédia rodoviária acontece na Grande Florianópolis. Já nas estradas estaduais o mapa está mais distribuído pelo Estado, inclusive, na região oeste, onde o estado do pavimento é péssimo.

Em 2018, registraram-se 8478 acidentes nas rodovias federais, com 387 mortos, e 7.409 nas estradas estaduais com 228 pessoas mortas.

O mais grave no levantamento está na falta de perspectiva para atender necessidades de infraestrutura rodoviária e melhoria das estradas para evitar esta carnificina nas estradas.

O orçamento da União para 2020 prevê apenas 120 milhões de reais para infraestrutura.  O Estado precisaria, no mínimo de 2 bihoes e 890 milhões de reais. Poderá receber apenas 4% do que precisa.

Continua depois da publicidade

Quer dizer: se o PIB não melhorar substancialmente e se não houver mobilização das forças politicas e econômicas do Estado, com forte pressão sobre o governo federal, o cenário desolador só tende a piorar.

Leia também
Os nós do trânsito e a rotina de engarrafamentos na Grande Florianópolis

Os projetos de Santa Catarina na carteira do Ministério de Infraestrutura até 2022

Contorno Viário da Grande Florianópolis sofre uma década de atraso

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC.