O professor Ubaldo Cesar Baltazar assumiu a Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina para cumprir mandato de quatro anos. O ato solene ocorreu no Centro de Cultura e Eventos, no “campus” da Trindade.  Na ocasião, o centro passou a se chamar “Reitor Luiz Carlos Cancelier de Olivo”, em homenagem ao professor tragicamente falecido no ano passado, depois de ter sido preso injustamente.

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O reitor que faleceu no cargo foi várias vezes citado no ato que o homenageou no auditório Garapuvu.

Antes do descerramento da placa, o reitor Ubaldo Cesar Balthazar, a vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann, o presidente do Conselho de Curadores, Milton Luiz Horn Vieira, os presidentes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Reinaldo Centoducatte, e da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), Günther Lother Pertschy, compuseram a mesa para empossar os 20 gestores que fazem parte da equipe que irá gerir a UFSC nos próximos quatro anos.

A assessoria de imprensa da UFSC divulgou nota com mais informações sobre a posse do novo reitor: “O evento foi prestigiado por ex-reitores da UFSC, dirigentes de instituições federais, diretores de centros de ensino da Universidade, autoridades municipais e estaduais, servidores docentes e técnicos-administrativos, estudantes, familiares e amigos.

O representante de todas as IFES e reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) enfatizou a importância de a Andifes participar da posse, em tempos difíceis para as universidades, em particular para a de Santa Catarina. “Vivemos uma época em que não se respeita a Constituição, o aparato legal e as normas mínimas de convivência e de funcionamento das instituições brasileiras. Determinadas corporações se apoderaram da estrutura de poder, segundo a sua conveniência e os seus objetivos”. E neste momento de resistência é muito relevante “prestar uma homenagem ao nosso reitor que, infelizmente, perdeu a vida nesta luta pela democracia, pela liberdade de expressão, pelo direito ao exercício da cidadania”. E acrescentou que a luta construída nas instituições proporcionou à UFSC escolher democraticamente seu reitor e sua vice.

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As palavras do presidente do Sistema Acafe, em nome das 16 Fundações Educacionais que congrega, foram de conforto e de sucesso à UFSC. Reafirmou que as instituições são e sempre serão parceiras da universidade federal no intuito de levar o ensino superior a todos os pontos do estado. Para ele, só há uma saída para o Brasil. “Que possamos, com a união de forças, fazer com que a Educação seja a grande protagonista no futuro do país”.

A vice-reitora, em seu pronunciamento, falou da honra de continuar na gestão da Universidade, ao lado de um reitor “comprometido com os avanços que se fazem necessários e certo de que a ‘UFSC Pode Mais’”. Relembrou o companheiro de gestão em 2016, o professor Luiz Carlos Cancellier, e a sua triste despedida. “Marcamos uma história muito singular nesta Universidade, seguimos ávidos por verdade, por compreensão e por muita paz”. Alacoque mapeou o crescimento da UFSC, com referências à estrutura acadêmica e administrativa, e à trajetória de conquistas em diferentes áreas do conhecimento. “Nossa Universidade conta hoje com mais de 46 mil alunos matriculados, cerca de 3.200 técnicos, 2.650 docentes, todos, segundo ela, “altamente destacados e qualificados”. Alacoque pontuou que “o perfil de desempenho da instituição demanda políticas para maior impacto cientifico, tecnológico, educacional e social, com forte inserção no setor produtivo, político e social, e integração das diferentes pastas, com destaque para a graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, inovação e internacionalização”.

“Nosso compromisso é com o desenvolvimento do estado de Santa Catarina”, reiterou. “O plano de ação desta gestão foi aprimorado e ampliado para superar os desafios que se colocam no dia-a-dia de uma universidade pública e gratuita. Seguiremos com o desafio de ser e fazer muito mais”.

Em meio à cerimônia, um ato simbólico em homenagem a Luiz Carlos Cancellier de Olivo e a sua defesa da educação pública foi promovido pelos movimentos estadual e nacional de estudantes (UNE e UCE). Ao seu irmão Júlio foi entregue uma placa que dizia: “Podem nos prender, podem nos matar, mas um dia voltaremos e seremos milhões”.

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