*Por Renato Igor, interino
Esse deve ser o grande debate para quem quiser ocupar o cargo maior no centro administrativo. Está mais do que na hora de o eleitor amadurecer e exigir um jogo limpo, às claras. De nada adianta vender um sonho que não poderá ser realizado. Vide a ex-presidente Dilma que, na campanha à reeleição, nada falou sobre a séria crise financeira das contas públicas, agravada pela sua política econômica equivocada. Vendeu o sonho e, quando assumiu, tentou aplicar o ajuste fiscal para sobreviver no cargo. Fez o que dissera que o seu adversário faria, caso fosse eleito.
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Em Florianópolis, o então candidato Gean Loureiro prometeu, também, a Florianópolis do sonho. Logo que assumiu fez uma drástica (e necessária) reforma administrativa. Assunto, como lembrou o colega Upiara Boschi, que não entrou na campanha, mas deveria.
E o que dirão os candidatos a dormir nos confortáveis aposentos da Casa d´Agronômica? Vão falar mais do mesmo de sempre? Que a prioridade é Saúde, Emprego e Segurança Pública? A verdadeira pergunta a ser feita aos candidatos é: como fazer sem dinheiro? O dinheiro acabou. Fontes na fazenda informam que o Estado já começa de R$ 2 bilhões a 3 bilhões no vermelho em 2018. R$ 500 milhões de buraco na fonte 100, R$ 500 milhões a mais na dívida, R$ 400 milhões a mais na Saúde (efeito PEC), R$ 650 milhões na folha (crescimento vegetativo), R$130 milhões com precatórios e a dívida de R$ 1 bi na Saúde.
Há o que fazer. Reduzir despesa inútil, qualificar o gasto público, aumentar arrecadação e combater a sonegação. Há, ainda, a ideia sempre tentada, por vários governadores, e jamais alcançada, de fazer com que Ministério Público e Poder Judiciário devolvam parte do que recebem.
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Enquanto isso vivemos uma situação esquizofrênica. O governo vai à Justiça contra PEC que aumenta gasto com saúde para 14% da receita. O mesmo governo diz que cumprirá o que está na PEC. O MP/SC entra com ação direta de inconstitucionalidade contra medida provisória que criou o ilusionismo contábil para o Estado atingir o mínimo constitucional em saúde previsto pela mesma PEC. O governador Pinho Moreira, para atingir os 14%, conta com a devolução de dinheiro dos poderes, entre os quais, o mesmo Ministério Público que cobra na Justiça mais investimento em saúde. Tempos confusos.
Mas afinal, esse assunto entrará na campanha?
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