O racha registrado no comando nacional do PSL, o partido de Bolsonaro que elegeu o governador Carlos Moisés da Silva, também atinge as principais lideranças em Santa Catarina. Na Câmara Federal, o PSL tem a segunda maior bancada com 53 deputados, dos quais quatro catarinenses. Destes, apenas Fábio Schiochet está fechado com o governador. Os outros três são bolsonaristas e se contrapõem a Moisés.
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Fenômeno idêntico ocorre na Assembleia Legislativa, onde o governador conta com apenas quatro dos seis deputados estaduais do PSL. Fechados mesmo só Ricardo Alba e Coronel Mocellin, candidatos nas eleições municipais, afinados com Moisés. Alba foi alvo de uma referência considerada desrespeitosa ao prefeito Mário Hildebrandt (sem partido), na abertura da Oktoberfest. O governador ignorou a presença de Hildebrandt e homenageou Ricardo Alba como “futuro prefeito”.
Já o coronel Mocelin é pré-candidato definido para prefeito de Itajaí, apoiado por Moisés e disposto a enfrentar Volnei Morastoni, do MDB, que postulará a reeleição. Para não receberem a pecha de anti-bolsonaro, Alba e Mocellin estiveram em Brasília conversando com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL).
Em Joinville, a aliança PSL-MDB, costurada há meses em conversa de Moisés com o líder Luiz Fernando Vampiro, ganhou consistência com o aval do prefeito. Teve fato novo esta semana. O deputado Fernando Krelling, favorito de Udo Döhler (MDB) à prefeitura, foi o único convidado à assinatura da ordem de serviço de obras há anos reivindicada por Joinville.
O coronel Armando, que já protestara contra a demissão do superintendente do Porto de São Francisco do Sul, João Batista Furtado, reagiu. Considerou-se marginalizado na solenidade da Secretaria de Infraestrutura. Ele também deve ser candidato em Joinville. O projeto comum MDB-PSL, centrado em Joinville, vai se repetir em vários municípios. Se, de um lado, facilita os projetos do governador na Assembleia, de outro agrava a crise do PSL em Santa Catarina.
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