Confira entrevista com Daniel Paladino, promotor de Justiça da Capital: 

Continua depois da publicidade

 

A situação dos direitos humanos melhorou ou piorou?

Está melhorando. É uma questão muito complexa, porque envolve questões envolvendo pessoas idosas, acessibilidade, portadores de deficiências, imóveis abandonados, pessoas em situação de rua. É um trabalho que está começando. O grande resultado foi a união de uma equipe com uma força tarefa coesa e identificada com a solução dos problemas. Isto, tanto do poder público como da sociedade civil.

 

Continua depois da publicidade

Quais os mais graves em Florianópolis hoje?

Hoje, envolve a questão das invasões, e a de pessoas em situação de rua. Temos foco especial nesses dois problemas e formamos duas forças tarefa. Temos pelo menos 23 imóveis abandonados e invadidos. Os proprietários terão prazo para darem solução. São prédios públicos e privados. É um volume de trabalho muito grande.

 

E o drama dos moradores de rua aumentou ou diminuiu?

Está estabilizado. O que já é uma grande vitória. O número era crescente. Passamos de 200 moradores de rua em 2015 para mais de 700 hoje. Há um contexto econômico e social que se reflete nas ruas. Há cidades que mandam moradores de rua para Florianópolis. Já acionamos o Ministério Público. Há ações criminais e civis contra estas prefeituras.

 

E a solução?

Conseguimos uma estrutura com a prefeitura, porque moradores alegam que não tem albergue, não tem para onde ir. Vão ter. Temos hoje, mas em número insuficiente.

 

Não há manipulação neste segmento?

Sim, porque há pessoas que se dizem moradores de rua, mas não o são. Há pessoas com mandados de prisão em aberto, outras que se infiltram com interesses escusos, fugindo da polícia ou da Justiça. A estrutura vai servir para os verdadeiros moradores, que querem sair dessa situação.

Continua depois da publicidade

 

O que a sociedade pode fazer para colaborar com estas ações?

A prefeitura vai realizar uma campanha publicitária de esclarecimento. O cidadão deve ser comedido na hora de dar esmola para estas pessoas. Muitas vezes o que é dado é trocado nos morros por droga. Temos números consolidados. Cerca de 80% das pessoas em situação de rua são usuários de drogas, viciados e dependentes. Quase tudo que se dá é trocado por drogas. Vamos criar um espaço na Passarela Nego Quirido para distribuição de alimentos, hoje doados na Praça XV, criando problemas de saúde pública.

 

Leia outras publicações de Moacir Pereira