A decisão do governador Eduardo Pinho Moreira de desistir da candidatura ao governo em favor do deputado federal Mauro Mariani tem várias leituras. Em primeiro lugar, as dificuldades de um entendimento que beneficiasse o chefe do executivo. Mariani está há meses circulando pelo Estado, reunindo-se com lideranças e dirigentes do MDB, como pré-candidato do partido. Eduardo Moreira nunca assumiu pública e oficialmente o desejo de disputar a reeleição. Apenas colocava o nome à disposição.  

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Chegou a lançar a candidatura do prefeito de Joinville, Udo Döhler, mas logo abandonou o projeto. Depois, lamentou que o prefeito não tivesse renunciado para concorrer a governador.

Outro motivo forte, explicado pelo líder do governo, deputado Valdir Cobalchini, tem relação com a situação do governo e a herança financeira pesada deixada por Colombo.

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Real ou pretexto, o fato é que Eduardo Moreira vive a maior parte do tempo ligado nos números da Secretaria da Fazenda, cada vez mais preocupantes. Teria dificuldade de conciliar este esforço de pagamento das dívidas e manutenção da folha com a candidatura a reeleição, que exige viagens constantes e roteiro permanente pelo Estado.

Aceitar uma disputa em prévias só iria desunir o partido. Quem ganha leva a oficialização para a Convenção, mas quem perde fica sempre com cicatrizes, como alegou a deputada Ada de Luca na reunião da semana passada da Executiva Estadual.

Há, também, razões de ordem pessoal e íntima que podem ter levado Eduardo Moreira a desistir.  Ele sempre sonhou em passar uma temporada no exterior. Candidato a reeleição e vitorioso teria que desistir do projeto.  Agora, depois de 31 de dezembro poderá executar o projeto com a esposa, num misto de programa cultural com atualização econômica e política.

Deputados, presidentes e lideres do MDB apostaram na candidatura de Eduardo Moreira. Tem mais experiência administrativa no governo, presidiu o partido durante 11 anos e revela maior equilíbrio diante das crises mais agudas.

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Outros apostavam em Mauro Mariani, pela renovação, eis que vai disputar o governo pela primeira vez.

Com a decisão desta segunda-feira (18), fato relevante: o maior partido politico de Santa Catarina está agora isolado, sem aliados, mas começa a campanha unido em todo o Estado. E neste momento, isto pode fazer a diferença.

 

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