Se o comando nacional do PSDB não fizer logo uma profunda autocrítica, o partido que governou o Brasil por oito anos e comandou São Paulo por 16 anos estará com o futuro ameaçado. Seu desempenho na eleição presidencial foi desastroso, com equívocos primários na seleção dos candidatos e na estratégia de marketing.
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Começou com Fernando Henrique Cardoso, queimou Geraldo Alckmin desde o início, inventou Luciano Huck, depois cogitou de João Dória e fragilizou o próprio Alckmin. Continuou com Aécio Neves, flagrado em práticas de corrupção, sem que o tucanato tomasse uma medida saneadora. Ficaram todos na moita, com panos quentes.
E continua agora no segundo turno. Como é possível que um partido de expressão nacional, que fez pacto de governabilidade com o denunciado Michel Temer (MDB), tem ministros no atual governo, sobe no muro no segundo turno? Como explicar que Geraldo Alckmin, atacado em todos os flancos pelo PT e alvo de campanha contundente em São Paulo, adote neutralidade, num momento decisivo da história do Brasil?
Nem FHC e nem Alckmin admitiram a hipótese de apoiar Fernando Haddad, por razões ideológicas, históricas e sobretudo éticas. Alegaram combate sistemático ao desastroso governo Dilma e contra a corrupção petista. Se defenestram Haddad e apoiam Temer, líderes aqui em Santa Catarina indagam por que não respaldar Bolsonaro para, se eleito, garantir a governabilidade?
O PSDB traz a marca da fuga. Por oportunismo ou covardia, consolida a imagem de murista e está cavando a própria sepultura.
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