O juiz federal Sérgio Moro ofereceu ao ex-presidente Lula 24 horas para se apresentar no cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O condenado poderia ter se apresentado de forma discreta, sem as fotos da prisão que queria evitar. Optou pelo enfrentamento à Justiça e ações com tentativas de desmoralização das instituições jurídicas e à própria democracia.
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O teatro montado num caminhão em São Bernardo do Campo (SP) foi considerado um atentado. Solidariedade ao líder populista, tudo bem, faz parte. Discursos de companheirismo, nada a obstar. Partir, contudo, para incitação à violência, resistência à ordem judicial, atos de vandalismo, como fizeram em discursos raivosos Gleisi Hoffmann e Lindemberg Farias, entre outros irresponsáveis, é fato inadmissivel em qualquer democracia.
Mais grave foi testemunhar um condenado a caminho do cárcere defender invasões, incentivar protestos violentos, hostilizar a Justiça Federal e injuriar o Ministério Público Federal (MPF), duas instituições que estão salvando o Brasil da corrupção, combatendo a impunidade e passando o país a limpo, com aplausos entusiásticos da maioria da população honesta, ordeira e trabalhadora.
Paradoxal foi ver um ex-presidente incentivar ataques à veículos de comunicação. Logo ele, o maior beneficiário político da liberdade de imprensa, desde o período em que militava no sindicalismo. Pior: no dia em que se comemorava o Dia do Jornalista.
O radicalismo de Lula e dos correligionários e aliados revelou um discurso político ofensivo, ultrapassado e desconectado. O PT quase implodiu, com perda de milhares de prefeituras, nas eleições de 2016, por corrupção de seus líderes e muita baderna. Corre o risco de ficar ainda menor na próxima campanha ao reduzir o alcance de seus eleitores, pela perda do líder e pelo discurso bolivariano.
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