O presidente da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf), Fábio Botelho, fez um eloquente discurso da aplicação de recursos públicos no Carnaval:

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— Se faltam recursos para saúde e educação não é por culpa do Carnaval. O problema do país não é o Carnaval, é a corrupção.

As declarações foram à Rádio CBN Diário, sábado, durante o desfile das escolas de samba. Na semana passada, o Ministério Público de Contas fez recomendação aos prefeitos para que fossem zelosos quanto aos gastos nas festas de Carnaval. Espera-se que haja o mesmo rigor na cobrança quando de investimentos públicos para as festas de outubro, rodeios, eventos religiosos e festas de aniversário de municípios.

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É evidente que a prioridade deve ser salário em dia e os compromissos com os serviços essenciais, como saúde e educação. Entretanto, curiosamente, não se observa o mesmo tom crítico nos demais eventos. Será porque Carnaval é a festa, acima de tudo, das camadas mais pobres da sociedade? Não há preconceito nisso tudo?

— Eu tenho certeza disso – afirma o presidente da Liesf.

Segundo a Liga, 40% dos ingressos do desfile das escolas de samba são vendidos para turistas. Os recursos do Carnaval empregam direta e indiretamente 9 mil pessoas por quatro meses na Grande Florianópolis. É verdade, contudo, que as escolas precisam aprimorar, e muito, gestão e transparência na aplicação dos recursos

Florianópolis tem um bom exemplo. Condicionou contemplar com o edital de cultura as escolas que mantêm projetos sociais e culturais durante o ano todo nas comunidades. O montante chega a R$ 400 mil por escola. Em São José, a prefeitura repassou R$ 200 mil no total, R$ 100 mil para cada uma. Em Palhoça, a prefeitura deu R$ 100 mil para a única escola da cidade que desfilou na Passarela Nego Quirido.

Saiba como foi a noite de desfiles das escolas de samba da Grande Florianópolis

Ciasc vive momento positivo

O Centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc) vive um momento positivo. Após anos de sucateamento, a nova gestão está investindo em equipamentos que há anos eram solicitados pelos servidores técnicos. Foram liberados recursos para a compra de uma nova subestação pleiteada desde 2012, um novo sistema de refrigeração para o Data Center, renovação de licenças de software de virtualização e estudo para modernizar e ampliar a capacidade computacional e de armazenamento de dados. Muitas vezes, governantes preferem contratar empresas privadas quando há infraestrutura própria, paga com dinheiro do contribuinte, para realizar o serviço. Mas precisa dar condições para que o trabalho seja desenvolvido. Esta parece ser a visão do governo.

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