Impossível avaliar neste momento as gravíssimas consequências da greve dos caminhoneiros.

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Praticamente todos os setores estão sendo duramente afetados, com prejuízos pessoais (ambulâncias paradas e hospitais cancelando cirurgias), para a economia em geral (queda da produção) e para toda a nação (redução da arrecadação na União, Estados e Municípios. Sem falar na perda de credibilidade dos exportadores e mais desgaste de imagem no mundo. E isto, sem que se saiba os riscos para avicultura e suinocultura, alicerces de toda a cadeia produtiva do oeste.

O país vive hoje uma situação de desgoverno. O Palácio do Planalto não poderia ter sido surpreendido. Está isolado e desconectado da sociedade ou minimizou o movimento e o tamanho da crise. 

O governo Temer acordou muito tarde. Quando a greve se ampliou deveria parar, cancelar a agenda e concentrar tudo numa negociação urgente com os caminhoneiros. Levou muito tempo para agir.

Na outra ponta, o radicalismo de setores dos caminhoneiros, revelando falta de espírito público, de patriotismo e até afronta às decisões da Justiça. Bloquear caminhões que transportam rações para os animais do Oeste, por exemplo, é uma irracionalidade, para não dizer gesto criminoso. Vetar a passagem de outros veículos que transportavam insumos para atividades vitais da indústria sinaliza ação mais ideológica e partidária. Inaceitável também o descumprimento de liminares da Justiça Federal.   

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Quando mais a população se insurge contra o desgoverno, contra a desordem e desobediência judicial, mais os radicais contribuem para oxigenar setores que aspiram uma solução militar.

VejaGoverno anuncia acordo para suspender greve por 15 dias

 

Termômetro

A reunião mensal do Conselho e Diretoria da Fiesc hoje, a partir das 9h, deverá apresentar um termômetro realista da grave situação que atinge o setor industrial. As empresas que estocaram não têm problemas de produção, mas sofrem com bloqueio nas exportações. As demais começaram a parar as máquinas. A reunião terá a presença do governador Eduardo Pinho Moreira (MDB), que vai tratar da questão tributária, e do presidente da Celesc, Cleverson Sieverdt.

 

Canibalismo

Grande apreensão no Oeste de Santa Catarina com a hipótese de agravamento da situação do agronegócio. Se os aviários não forem logo reabastecidos com ração há sério risco de canibalismo entre as aves. Neste caso, com grave ameaça de comprometimento da sanidade animal conquista a duras penas pelos catarinenses.

 

Punição

Elogiável a rapidez com que o Procon, a Polícia Militar e o Ministério Público Estadual agiram contra os comerciantes inescrupulosos que aplicaram aumentos escorchantes contra os consumidores. Três pontos de combustíveis foram fechados por 24 horas. Punição que teve o caráter educativo, servindo como exemplo para outros empresários que atentaram contra a economia popular em momento de delicada crise.

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