Uma situação singular, absolutamente diferenciada em relação a outras campanhas, vem se registrando este ano na disputa presidencial em Santa Catarina. Os candidatos ao governo, no geral, estão descolados dos postulantes ao Palácio do Planalto. O primeiro colocado na última pesquisa do Ibope com 21% de intenção de votos, deputado Mauro Mariani (MDB), mantém posição de neutralidade. Seu partido tem como candidato o ex-ministro Henrique Meirelles, que patina em oitavo lugar sem sair dos 2%. E seu maior aliado, o PSDB, tem Geraldo Alckmin travado em quarto lugar, com apenas 6%.

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Já o líder nas pesquisas para a Presidência, deputado Jair Bolsonaro (PSL), desponta em Santa Catarina com 40% das intenções, quase quatro vezes mais votos que Fernando Haddad (PT), o segundo colocado. Mas o nome do PSL ao governo, comandante Carlos Moisés aparece em quarto lugar, com 4%. É só 10%, mas uma boa atuação, se comparado com nomes tradicionais como Rogério Portanova (Rede) e Leonel Camasão (PSOL), com 1%.

O vice-líder ao governo, deputado Gelson Merisio (PSD), com 18% das intenções, manteve-se até agora descolado da presidência, sem declarar apoios.

– O eleitor catarinense já fez, de forma majoritária, sua opção por Jair Bolsonaro – enfatizam os líderes da coligação de Merisio, sinalizando que alguma declaração possa ocorrer ainda no primeiro turno.

Um cenário que tende a estimular infidelidades, descolamentos e independência de lideranças e eleitores.

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Como exceção à regra, o deputado Décio Lima (PT), que aparece em terceiro lugar, com 17% das intenções, apoiando abertamente Fernando Haddad, com 12%. Dos três primeiros, é o único acoplado.

 

Clonagem

Um vídeo contendo dados da investigação contra o senador Paulo Bauer (PSDB), que circulou nas redes sociais, teve origem atribuída ao secretário licenciado Felipe Mello, filho do deputado Jorginho Mello. Ao ser inteirado do fato pela esposa do senador, Filipe Mello pediu que a empresa de telefonia fizesse uma investigação. Segundo ele, a companhia informou que seu WhatsApp havia sido clonado. O secretário afirmou que pede votos para Bauer com o mesmo empenho que para seu pai.

 

Reta final

Mauro Mariani circulou por São Francisco do Sul, enquanto Paulo Bauer fez campanha em Joinville e Napoleão Bernardes esteve no Vale. Os candidatos da coligação MDB-PSDB fazem campanha separados “para ganhar tempo na reta final”. Já Gelson Merisio, Esperidão Amin e João Kleinubing, do PSD-PP-PFL, realizaram eventos juntos ontem em São José “para marcar a unidade da aliança”.

 

Privatização

Do engenheiro Carlos Alberto Riederer, ex-presidente do Ipuf:

– Após os 20 anos de atuação da Engie, é uma boa oportunidade para se avaliar a participação do governo na economia e o polêmico processo de privatização das estatais. Sem dúvida, a Eletrosul, que inicialmente incorporou a Solteca e depois construiu as usinas e o sistema de transmissão na região Sul, foi eficiente e cumpriu o seu papel. Na minha opinião, a privatização se fez necessária e resultou bem-sucedida, depois que o modelo estatal passou a ser dominado pela política partidária e pela politica sindical, deixando de ser tratada como empresa e passando a ser apenas mais uma repartição, o que não beneficiava a sociedade nem os empregados. De deficitário enquanto estatal, o sistema passou a ser eficiente e lucrativo, distribuindo dividendos a quem teve a oportunidade de comprar ações.

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