Catarinense de Joinville, o médico Mauricio Fortuna se transferiu há 12 anos para Estrasburgo, na França, para aprimorar estudos em medicina vascular depois de fazer residência em duas especialidades no Hospital Regional de São José (2000-2002) e no HU-UFSC (2003 e 2004). Realizou exames de alto nível em Portugal, França e Alemanha, submeteu-se aos respectivos Conselhos Nacionais. Na Europa, atuou no Hospital Civil de Estrasburgo e Hospital de Haguenau, também na França, e ultimamente no Hospital de Karlsruhe, Alemanha. E acaba de ser convidado para integrar o corpo médico do Hospital St. Josef, com rede de nove unidades no Estado alemão de Baden-Württemberg, que atende 79 mil pacientes por ano.
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O que diferencia os hospitais catarinenses dos alemães?
A principal diferença entre os hospitais catarinenses e os alemães está no contexto nacional de cada instituição. Vivo num país onde os governos veem a saúde publica como prioridade e obrigação. E atuam fortemente. Nos hospitais europeus em que trabalhei há um ponto comum: os pacientes têm assistência de primeira qualidade no sistema público ou no privado. E os profissionais têm as melhores condições de trabalho. Todos trabalham com satisfação e isto também garante melhor recuperação.
Por que o senhor optou pela medicina na Europa?
Vim para aprimorar o aprendizado e fazer especialização. Deixo claro que no Brasil, em especial, a Faculdade de Medicina da UFSC, a formação médica é de excelente qualidade. Depois de 12 anos na Europa possa afirmar que os médicos brasileiros têm boa formação. A diferença entre a formação médica europeia e a brasileira está na carga teórico-prática. No Brasil, os acadêmicos de medicina, durante os seis anos de formação, têm uma carga prática maior que os europeus. A teoria é ensinada e logo os estudantes são colocados junto aos pacientes, sob supervisão, para colocar em prática o que aprenderam. Na Europa, a medicina também é ensinada durante os mesmos seis anos, porém os estágios clínicos são realizados ao final da formação. A Escola Brasileira visa formar médicos e a Europeia forma especialistas para atender a população.
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A medicina vascular na Alemanha está mais adiantada que no Brasil?
O mesmo tratamento que realizamos por aqui também pode e é realizado no Brasil. Mas tive a felicidade e a sorte, de ter sido aceito para trabalhar no Hospital de Estrasburgo, onde também se encontra a sede do Centro de Pesquisa contra o Câncer do Aparelho Digestivo, presidido pelo médico Jacques Marascaux. Ele teve participação ativa no desenvolvimento da cirurgia robótica, realizou a primeira retirada da vesícula por telecirurgia. Estava em Nova Yorque comandando o robô e a paciente numa sala de cirurgia aqui na França. Realizou, também, a primeira cirurgia sem deixar cicatriz do mundo.
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