Os líderes do PT e seus aliados da esquerda, em especial os fanáticos do MST, CUT e assemelhados, jamais irão admitir a realidade, nesta cruzada inglória em defesa de Lula. Com a decisão unânime do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, o ex-presidente está inelegível. Até mudança da condenação por um tribunal superior, chegará as eleições de outubro com a imagem de um corrupto, pior do que seu maior adversário e mais novo aliado paulista, Paulo Maluf.
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Trata-se de um dilema político que não se resolverá com as ameaças políticas de insurreição armada, de violência nas ruas e de práticas bolivarianas, feitas nas últimas horas, por parlamentares petistas.
A condenação é um fato incontestável. As provas dos crimes de corrupção foram enumeradas à exaustão. A inelegibilidade é consequência da aplicação de uma Lei da Ficha Limpa, sancionada por Lula, por ela mortalmente ferido e agora transformado em ficha suja.
É absolutamente improvável que até outubro haja julgamento que altere a condenação histórica do dia 24 de janeiro de 2017. Participar, como candidato ou não, na condição de condenado, pode manter Lula na linha de frente dos devotos da seita, mas em nada ajudarão nos candidatos aos governos, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional.
Drama shakesperiano: o abraço dos afogados. Com Lula assim fragilizado, os demais partidos de esquerda poderão também pagar a conta.
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Farsante
Advogado Luiz Carlos Nemetz, de Blumenau, que concorreu a vice-governador pelo PT na chapa de José Fritsch, publicou um contundente artigo, intitulado “O ocaso de um farsante”, em que detona o ex-presidente Lula. Dispara, a certa altura: “Sob o engodo de perpetuar um novo sistema, Lula se esqueceu das forças sociais que prometera libertar. E pouco a pouco, foi se embrenhando num emaranhado de compromissos que o levaram ao lamaçal da corrupção. E, pior que isso: gostou do que viu e do que provou. Um dia, todo embusteiro cai. E hoje Lula caiu.”
Sem desordem
Da nota oficial da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, sobre a condenação de Lula pela unanimidade do TRF4: “A decisão, histórica, representa um passo adiante no esforço que o país vem fazendo para combater a corrupção e reforça a independência do Judiciário, que deve ser respeitado por todos os cidadãos. No momento, quaisquer atos de desordem ou perturbação motivados pela decisão devem ser rechaçados como gesto antidemocrático e de afronta às instituições.”
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