O filósofo Luiz Felipe Pondé proferiu palestra no seminário História da Justiça e Museus Judiciários, promovido pelo CNJ e TJSC, em Florianópolis, sobre o tema “O impacto das redes sociais na política”. Professor da PUC-SP e de outras faculdades, tem vários livros publicados.
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Como o senhor avalia a intolerância e o radicalismo nas redes sociais?
São mais uma prova do que as pessoas gostam de fazer. As pessoas sempre gostam de massacrar a gente na vida real. No Século XV, as famílias levavam crianças para ver pessoas queimadas, decapitadas e enforcadas. O ser humano tem um gosto pelos linchamentos. E as redes sociais produzem isto.
O balanço das redes sociais é mais positivo ou negativo?
Acho que não dá para medir isso. Aparentemente, os que acham que as redes sociais alimentam mais raiva e mais ódio do que afeto podem ter razão, desafetos chegam mais rápido.
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Por que as pesquisas erraram nas eleições de 2018?
Porque as pessoas mentem nas pesquisas.
E por que a Bytes, onde o senhor atua, acertou em cheio?
Porque nós só trabalhamos com inspeção de conteúdo nas redes sociais. Não pergunta para as pessoas em quem elas vão votar. Procura identificar o que pensam dos candidatos, o que falam e o resultado de suas manifestações.
O que virá com velocidade 5G no Brasil e no mundo?
Vai aumentar a revolução industrial cognitiva mecânica sem consciência, que eleva a circulação de conteúdo por reconhecimento facial. Pode impactar em perda de privacidade, velocidade de conteúdos. O Estado e as empresas ficarão muito fortes.