Santa Catarina está de luto. Perdeu um de seus mais ilustres filhos, com a morte de Antônio Carlos Konder Reis. Foi um dos melhores exemplos que a vida pública estadual e nacional poderia oferecer às novas gerações. Com apenas 22 anos, ingressou na atividade parlamentar e dela só se afastou 56 anos depois. Sempre prestando serviços.
Continua depois da publicidade
Não fez outra coisa a não ser servir a seu povo. Dos pescadores da Armação aos líderes empresariais, passando pelas mais diferentes corporações.
Mantinha um fichário dos pleitos recebidos. Dava respostas a todos os pedidos, mesmo os que os governos não atendessem. Era insistente nas causas identificadas com o interesse público.
Nas questões éticas era mais rigoroso consigo do que com os semelhantes. Era mais austero na defesa do patrimônio público do que com o particular.
Viveu sempre sem ostentação. Vestia-se com simplicidade e sem qualquer esnobação. Reservado, mas sempre aberto ao diálogo.
Continua depois da publicidade
A atenção que dava aos interlocutores era retilínea. Era gentil e atencioso tanto com os poderosos quanto com os humildes.
Considerado um conservador, fez um governo visionário em vários setores, com ênfase para a criação da Fundação do Meio Ambiente, entregando-a a um especialista de renome mundial, o padre Raulino Reitz.
Íntegro, trabalhador, inteligente, culto, espírito público, honrou Santa Catarina e o Brasil, brilhando em todos os mandatos.
Difícil definir em palavras o perfil de um homem tão honrado.
Konder Reis: um paradigma que fez política com dignidade.
Homenagem
A Câmara dos Deputados homenageou Antônio Carlos Konder Reis com um minuto de silêncio. O deputado Esperidião Amin, exercendo a presidência, manifestou “profundo pesar e grande orgulho”. Pesar pelo falecimento do ex-governador e orgulho por sua rica e exemplar biografia.
Disse: “Ele era o símbolo do que gostaríamos que fosse a politica, em termos de honestidade, transparência, equilíbrio”.
Continua depois da publicidade
Atitude
Depois que transmitiu o governo a Jorge Bornhausen, em 1979, Antônio Carlos Konder Reis desceu as escadarias do Palácio Cruz e Souza, ali na Praça XV de Novembro. Na frente, o Corcel de sua propriedade, dirigido por seu leal motorista Pedro d’Água.
Embarcou rumo à sua modesta residência na Armação do Itapocorói.
Leia outras publicações de Moacir Pereira