Qualquer que seja o resultado das eleições neste domingo, o governo de Santa Catarina sofrerá profundas mudanças. Os dois candidatos prometem medidas drásticas de enxugamento da máquina pública, de extinção das secretarias regionais, de eliminação dos cargos comissionados, de formação de equipes técnicas.

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Os primeiros ventos favorecem  Carlos Moisés (PSL), beneficiário da onda Bolsonaro. Sendo eleito, terão os oficiais da Polícia Militar, pela primeira vez na história recente, forte atuação no novo governo. Moisés se transformaria, da noite para o dia, em nova liderança politica estadual. Promete implodir a velha política e mudar o comando das secretarias e dos órgãos públicos. Fica a dúvida sobre o domínio da máquina, sobre os desafios da equipe e do relacionamento com o Parlamento.

Como a bancada do PSL na Assembleia é formada por novatos, o deputado Júlio Garcia tende a exercer papel destacado.  Já está sendo visto como presidente, aglutinador do PSL com o MDB, o PSD e outras legendas na nova gestão. O PSL terá espaço inédito para se constituir na nova força politico-partidária do Estado. Vencendo, Moisés transforma-se no grande fenômeno político eleitoral. Mesmo perdendo, terá vitória politica.

Se Gelson Merisio conseguir reverter as pesquisas, conquista uma vitória estonteante, um feito pessoal histórico. Enfrentou todas as barreiras que um candidato pode imaginar e passou para o segundo turno. Continuará forte, comandando o PSD, com ascendência sobre a bancada estadual. Colocará o Oeste pela primeira vez no governo. E aumentará seu cacife no governo Bolsonaro. Ganhando, a estrela de Merisio adquire brilho nacional. Perdendo, transforma-se num cometa e terá que decidir o que fazer com o novo capital político.

Numa conjuntura com tantas dúvidas e surpresas eleitorais, há apenas uma certeza: o governo de Santa Catarina terá outra estrutura e objetivos reformulados a partir deste domingo.

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Curiosidades

No primeiro turno, em Tubarão, base de Moisés, o candidato do PSL obteve 28.846 votos contra 13.938 de Merisio. Em Chapecó, terra do candidato do PSD,  Merisio obteve 45.569 votos para 18.376 de Moisés. Em Criciúma, Moisés venceu por cerca de 2 mil votos. Ali, Daniel Freitas, do PSL, estourou na Câmara dos Deputados com 27.654. O candidato do MDB mais votado foi Ronaldo Benedet, com apenas 4.269.

 

No Oeste

O deputado Gelson Merisio (PSD) continua neste sábado uma série de contatos pelo telefone com lideranças do interior. Pedirá votos no Centro Histórico de Florianópolis. Repetindo o programa do primeiro turno, deverá almoçar com lideranças e amigos no Mercado Público. Viaja domingo para Chapecó, onde vota, e acompanha a apuração na Capital.

 

Colombo

Do ex-governador Raimundo Colombo, abrindo o voto: “Votei no Geraldo Alckmin no primeiro turno, embora fizessem grande pressão para que mudasse de posição, e no Gelson Merisio. Votarei novamente com a mesma correção. Meu voto será a favor de Merisio. Se esses que semeiam a discórdia e notícias falsas soubessem o mal que fizeram e estão fazendo ao PSD, perceberiam o quanto já prejudicaram o partido.”

 

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