O Hospital de Olhos de Florianópolis instalou um equipamento de alta tecnologia que trata da Síndrome do Olho Seco, doença multifatorial decorrente da deficiência das glândulas de meibômio, responsáveis por produzir os lipídios da lágrima, garantindo que o olho fique lubrificado.
Continua depois da publicidade
Desenvolvido e produzido na França, o E-Eye IRPL é o primeiro dispositivo especificamente projetado para o tratamento da síndrome e acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil. O Olho Seco é uma das principais razões para visitas ao oftalmologista e o HOF é o primeiro hospital a contar com esse equipamento na Capital do Estado.
Em palestra no Hospital de Olhos, a Dra. Faride Waked Tanos, médica oftalmologista da Visare Rio, relatou a nova era nos diagnósticos e tratamento. A incidência da síndrome vem aumentando por causa do uso excessivo de equipamentos eletrônicos (computadores, smartphones, tablets etc.), do efeito de medicamentos e da exposição crescente aos raios solares e ao ar condicionado, entre outros fatores.
A médica destacou também que o E-Eye IRPL vem impressionando os oftalmologistas pela efetividade e pelos bons resultados que apresenta já nas primeiras aplicações. De acordo com Sidnei Pedroso, representante da Dry Com, a equipe do Hospital de Olhos recebeu todo o treinamento e o dispositivo está em plenas condições de ser utilizado.
O médico Ernani Garcia, diretor técnico do Hospital de Olhos de Florianópolis informou que muitos de seus pacientes vêm sendo chamados e que alguns deles já deixaram de usar colírios como efeito do tratamento.
Continua depois da publicidade
Rápido e indolor
O envelhecimento, a menopausa, o uso continuado de equipamentos eletrônicos, o ar condicionado, a utilização de lentes de contato e alguns medicamentos (como diuréticos, antidepressivos, analgésicos e anticonceptivos) influenciam na qualidade da lágrima e contribuem para o aparecimento da Síndrome do Olho Seco. Problemas dermatológicos e doenças autoimunes também são citados como fatores de risco para a síndrome.
Os sintomas mais comuns são sensação de fadiga nos olhos ao trabalhar com aparelhos eletrônicos, coceira constante, olhos vermelhos, visão embaçada, sensação de areia nos olhos e dificuldade para uso de lentes de contato. O tratamento – que consiste em aplicar flashes de luz sob a pálpebra inferior do olho – pode reduzir drasticamente a dependência de colírios e devolve conforto e qualidade de vida aos pacientes. Melhora no uso de lente de contato, redução da inflamação e otimização da superfície ocular são alguns dos resultados que podem ser alcançados com o tratamento.
Indolor e de curtíssima duração, o procedimento apresenta eficiência superior a 80% logo após as primeiras sessões. Ao identificar distúrbios na superfície ocular e medir a osmolaridade da lágrima, o aparelho ajuda os oftalmologistas a diagnosticarem o tratamento mais correto para cada caso.
O E-Eye já é usado em mais de 40 países e traz a grife da E-Swin, maior fabricante mundial de dispositivos de luz pulsada policromática de alta intensidade. O equipamento gera sequências de pulsos uniformes e calibrados sobre as glândulas inativas ou obstruídas do paciente, utilizando a tecnologia IRPL (Intense Regulated Pulse Light). Ele emite um feixe de "luz fria" que desobstrui as glândulas meibomianas com segurança e conforto, de forma minimamente invasiva. Em resposta a esse estímulo, as glândulas de meibômio voltam a funcionar, fornecendo lipídios e proteínas ao filme lacrimal, evitando que este se evapore.
Continua depois da publicidade
Estima-se que a Síndrome do Olho Seco atinja entre 5% e 34% da população mundial, dependendo da localidade.