Em entrevista, o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Daniel Leipnitz, aborda o crescimento e os desafios do setor no estado. Confira:

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Florianópolis está mesmo consolidada como Polo de Inovação?
Se considerarmos o histórico dos 34 anos do polo na cidade e no Estado, podemos dizer que os últimos cinco anos foram responsáveis por mais de 50% das empresas abertas no setor. Está havendo uma explosão exponencial.

A que se deve este fenômeno?

Deve-se a toda uma estruturação construída ao longo dos 30 anos,que chamamos de ecosistema: as universidades formando, os bancos de fomento incentivando, as entidades ajudando no empreendedorismo. Há hoje um ambiente favorável à inovação tecnológica. Aliado à qualidade de vida da cidade e aos bons índices de educação e de saúde, começa a atrair gente de fora. Isto estimula os estudantes a colocarem as ideias para fora, criando suas empresas.

A Acate vem se expandindo rapidamente. Por quê?
Porque hoje não faz mais sentido uma empresa de tecnologia ficar num prédio comercial normal, ao lado de escritórios, de consultórios. Para o desenvolvimento acontecer é fundamental que exista compartilhamento. Nos novos ambientes, os espaços são compartilhados. Há muita colaboração entre as empresas, uma ajudando a outra nos desafios, vencendo as dificuldades.

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Turismo, tecnologia e inovação, é isto?
Se repararmos o resto do mundo, veremos que os polos de tecnologia são também polos de turismo. Caminham juntos.

Onde estão os polos mais fortes no Estado?
O Polo de Florianópolis é o mais forte, seguido de Blumenau e Joinville. O crescimento percentual dos polos menores, como Lages, Chapecó e Tubarão, é maior do que os da Capital. E hoje estamos com 13 polos regionais, em processo de transformação. Acreditamos que se
criarmos uma marca catarinense forte isso ajudará para que nossas empresas se desenvolvam mundo afora. Dá mais credibilidade. A marca Santa Catarina é fundamental. Estamos unificando estes polos.

E quais são os desafios do crescimento?
Temos uma série de desafios, como capacitação de novos profissionais, atração de profissionais de fora, mais financiamento público ou privado, aproximação de universidades com a indústria da tecnologia. A indústria de SC tem enorme desafio de inovação e modernização.

Há mesmo muitas vagas na área de inovação?
Sem dúvida. Na nossa cidade temos mais de 2 mil vagas abertas: de programadores, gestores especializados em profissões novas (marketing digital, gestão, sucesso do cliente, etc), principalmente de desenvolvimento, na área técnica. Hoje há muita dificuldade em conseguir.

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