O governador Carlos Moisés da Silva está provocando um clima de profunda indignação e revolta no meio rural catarinense pela “decisão pessoal” de cancelar os incentivos sobre defensivos agrícolas que há décadas são usados pelos agricultores.    

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Primeira questão até agora sem resposta: baseado em que parecer técnico da Cidasc o chefe do governo classifica os defensivos agrícolas de “venenos”?  Quais foram os agrônomos e profissionais da Cidasc que o orientaram a esta surpreendente e impactante decisão política?

Como governador, tinha a obrigação de saber:

1. O Japão é um dos países com maior longevidade do mundo, hoje com 83 anos e 7 meses de expectativa de vida. Os agricultores de lá usam 10 quilos de defensivos por hectare, contra 4 quilos no Brasil.

2. A Cidasc tem um sistema rigoroso de controle absoluto sobre o comércio de defensivos. Sabe a empresa que vendeu o produto, onde e em que cultura agrícola ele foi aplicado.

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3. Há 30 ou 40 anos, com um hectare de terra os agricultores colhiam 25 sacos de milho. Hoje, usando a mesma área, tem colheita de 250 sacos de milho, ou 1.000% a maior, graças ao uso de defensivos. Não há produtividade sem defensivos para combater as pragas no campo.

4. A Cidasc tem sistema pleno de defensivos, todos testados em outros países, regulados por lei federal e comercializados com aval da Anvisa. Consegue fiscalizar a venda e rastrear por satélite sua utilização até o produto final, método considerado modelo no Brasil.

Se o Sr. Carlos Moisés da Silva quiser conhecer a realidade dos defensivos não precisa viajar ao Oeste ou à rica zona de produção de grãos de Campos Novos. Basta ouvir Dionísio Bressan, o presidente da Cooperativa Agropecuária de Tubarão, sua base política. No mês de agosto nenhum agricultor comprou defensivos agrícolas.

Esperançoso de que Moisés sancione a lei da Assembleia, Bressan enfatiza: “O governador está equivocado. Cancelar os incentivos, que são garantidos pelos outros Estados, é condenar o setor agrícola a falência”.

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Arrecadação

Se a meta do governo estadual de cancelar os incentivos sobre defensivos agrícolas for aumentar a receita do ICMS o atual governo não tem do que reclamar. Segundo levantamento feito na Alesc, o aumento da arrecadação atingiu 17,9% no primeiro semestre de 2019, no comparativo com 2018. Isto ocorre num período em que o crescimento do PIB no Brasil foi zero.  

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