O protesto de estudantes, professores e funcionários das universidades e instituições federais de ensino contra o corte de verbas da educação foi o maior já registrado nos últimos anos em Florianópolis. Um cordão popular gigantesco tomou de longo trecho da Beira-mar Norte, com os manifestantes conduzindo faixas e cartazes e protestando contra os cortes no orçamento da educação.

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O governo Bolsonaro, que tem demonstrado falta de liderança e autoridade, de articulação política e de estratégia para reaquecer a economia e promover o prometido desenvolvimento nacional, conseguiu realizar uma proeza. Seu ministro da Educação provocou a reaglutinação das forças de esquerda derrotadas nas últimas eleições, com outros setores da sociedade em torno da mesma bandeira: a melhoria da educação. O ministro Abraham Weintraub conseguiu uma verdadeira façanha. Provocou a unidade de vários segmentos, forças partidárias e ideológicas em torno de forte reação à desastrada medida.

A gigantesca manifestação comporta também outras leituras. Não teve apenas os estudantes e professores. Lá estavam aproveitadores, líderes sindicais da CUT, parlamentares de partidos de esquerda, ONGs atingidas por cortes e uma gama imensa de aproveitadores e oportunistas. Entre eles “Lula Livre”, “Ocupação Marielle”, “Viva Maduro”, etc.

O ministro alegou que as universidades federais estavam dominadas pela doutrinação ideológica. É real e o desvirtuamento de suas finalidades é muito mais grave em vários Estados, como provam vídeos nas redes sociais, denunciando pichações, pornografia escancarada em sala de aula, atividades altamente ofensivas à valores e princípios. Enfim, a negação de princípios e valores, com rejeição do pluralismo ideológico e partidário, alma e vida de qualquer universidade.

Bandeira

Durante os protestos contra o corte de verbas não se viu uma única bandeira do Brasil. Os vermelhos voltaram com tudo.

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