O mês de março terá um grave desafio no setor industrial que usa o gás natural vindo da Bolívia na produção: terminará o contrato da SC-Gás. E encerra-se a concessão de desconto dado aos consumidores industriais, compensação por cobranças indevidas, o que tornou a tarifa catarinense a mais barata do Brasil.

Continua depois da publicidade

Com o novo contrato, a partir de março, e a tendência de equalização dos preços, a indústria catarinense terá um enorme problema, em especial, o setor cerâmico. Desaparecerá a diferença tarifária atual que beneficia a produção industrial e, em relação a São Paulo, o descompasso se agravará na venda dos produtos cerâmicos. O Estado perderá competitividade aqui e no exterior.

Para se ter uma ideia, o gás representa 20% das despesas da indústria cerâmica, que representa hoje 50% do consumo catarinense. Com a equalização tarifária, os produtos cerâmicos do mercado no sudeste brasileiro, beneficiará São Paulo, outro fabricante de expressão, pelo diferencial do frete elevado.

A situação de Santa Catarina tem outro diferencial. O contrato da SC-Gás é de 50 anos. A Gaspetro e a Mitsui são as acionistas majoritárias da SC-Gás. O contrato em vigor até março tem cláusulas consideradas leoninas. Exemplo: tudo o que a SC Gás tem de despesas recebe uma remuneração adicional de 20%, com singular lucratividade.

As novas tarifas do gás tem outro grave problema.  O preço do gás nos Estados Unidos está a US$ 1,98 por milhão de BTUs, no México é de US$ 5, enquanto no Brasil está em US$ 11. Na reunião dos líderes industriais com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) foram apresentadas propostas para evitar o pior. Entre elas, uma negociação dura com a SC-Gás, concessionária do gás no Estado.

Continua depois da publicidade