Duas bandas de rock marcaram as gerações na segunda metade do século XX, ambas inglesas e formadas por quatro músicos: The Beatles e Queen. Há quem acrescenta uma terceira: Bee Gees. Ou prefira uma quarta, Rolling Stones. Prefiro ficar com a dupla inglesa.
Continua depois da publicidade
Os Beatles dispensam maiores comentários eis que suas músicas atravessaram os últimos 55 anos, com grande sucesso, e permanecem vivos com os shows de Paul McCartney por todo o mundo.
O Queen, ao contrário, desapareceu em 1991 com a morte de seu líder e principal vocalista, o excepcional Freddie Mercury. Mas suas melodias de grande sucesso durante décadas também continuam animando festas, encontros sociais e familiares neste século XXI. De modo especial “We Are the Champions”, “Love of my Life”, “The Show Must go On” e “Killer Queen”.
Referência especial merece “Bohemian Rhapsody”, canção composta por Freddie Mercury em 1975 e que revolucionou o mundo rock, mesclando-o com ópera e solo de guitarra de arrepiar. As inovações ficaram igualmente por conta do lançamento do álbum “A Night at the Opera”, com a participação vocal dos quatro músicos.
A música “Bohemian Rhapsody” dá título a um filme imperdível, que está em cartaz em Florianópolis e nas principais cidades brasileiras. Quando lançada, há 43 anos, ficou em primeiro lugar por mais de sete semanas na Inglaterra e se espalhou pelo mundo inteiro.
Continua depois da publicidade
O filme tem como fio condutor a vida de Freddie Mercury, desde as primeiras exibições na banda Smile, que deu origem à Queen, por sugestão do próprio vocalista e compositor. Aliás, ele também é o autor do criativo símbolo da banda, com figuras representativas dos signos dos quatro músicos e a coroa.
A passagem da banda pelo Brasil em 1985, no Rock in Rio, tem destaque especial. Foi ali que Freddie testou a primeira interatividade com uma plateia com mais de 300 mil pessoas. Uma passagem eletrizante, que depois iria se repetir com maior intensidade no Live Aid, no Estádio de Wembley superlotado em Londres e mais de um bilhão e meio de telespectadores espalhados pelo planeta.
A tumultuada vida de Mercury mescla-se com genialidade criativa, os dramas da bissexualidade, as decepções e, sobretudo, a grande irreverência.
As filosóficas letras de suas músicas coincidem com suas crises existenciais e refletem claramente suas amarguras e ansiedades.
Continua depois da publicidade
O trabalho histórico realizado na banda Queen é reconhecido até hoje. Foi classificado como o maior líder de banda da história em uma votação pública organizada pela MTV. Em 2008, ele ficou na décima oitava posição na lista dos “100 Maiores Cantores de Todos os Tempos” da revista Rolling Stone. Com o Queen, Mercury já vendeu mais de 150 milhões de discos em todo o mundo.
O filme tem roteiro primoroso, tem ritmo, seleção caprichada das melhores músicas e passagens emocionantes. Trata a polêmica sexualidade com parcimônia e revela as inseguranças e críticas situações das tradições humanas. Faz grande sucesso nos cinemas. Nas sessões aqui na Capital costuma ser vibrantemente aplaudido no final pela plateia.
É para ser visto muito bem acompanhado, para que as emoções possam ser devidamente compartilhadas.
Realmente, um filmaço!