O coronel Carlos Moisés da Silva inscreveu-se no PSL em 2018 no prazo fatal da lei eleitoral. Surfou na onda Bolsonaro, promoveu a façanha de excluir o MDB da disputa estadual, foi para o segundo turno com Gelson Merisio e conquistou o governo pelo poder do 17.

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Com ficha limpa, currículo exemplar e a simpática imagem dos bombeiros, virou a esperança de mudanças na vida pública do Estado. Por excesso de timidez, desconhecimento da realidade catarinense ou deslumbramento, logo isolou-se na Casa d’Agronômica.

Antes de assumir, revelou uma equivocada tese. Na primeira conversa com Raimundo Colombo (PSD), entre a eleição e a posse, revelou a decepção com o presidente da República, que não o convidara para indicar ninguém no ministério. Moisés julga-se credor da extraordinária vitória de Bolsonaro em Santa Catarina, quando sabe-se que foi o tsunami Bolsonaro/17/PSL que garantiu a eleição dele.

Um ano e dois meses depois Moisés está no outro lado do Palácio, é tachado de melancia por abandonar a direita e os deputados do PSL para priorizar aspirações da esquerda, e distanciou-se do governo federal. Os prejuízos políticos desta estratégia serão conhecidos nas eleições de 2020 e 2022.

A avaliar, sobretudo, as perdas de Santa Catarina sobre a inusitada atuação política de isolamento. Não prestigiou a aula magna do vice-presidente Hamilton Mourão na Fiesc em 2019 e enviou a vice para representá-lo. Fechou as portas do Palácio do Planalto. Sem interlocução em Brasília, com Bolsonaro querendo distância de Moisés, ninguém sabe como Santa Catarina vai canalizar recursos federais para atacar os problemas sociais e de infraestrutura.

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