Projeto inovador elaborado por empresas de Santa Catarina para dar inicio à produção de navios autônomos no Brasil para fins comerciais e militares foi apresentado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, em Brasília. Estas embarcações teriam foco na vigilância e controle de derramamentos de petróleo.
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A iniciativa vem de várias instituições e empresas catarinenses, lideradas por uma startup de tecnologia naval, a American Ocean, com sede em Florianópolis (SC). Fazem do consórcio o Senai-SC Sapiens Park, Núcleo de Inovação da UFSC e a Lamarca Engenharia Naval, com sede em Itajaí.
Os diretores do Ministério de Ciência e Tecnologia, Maurício Ribeiro Gonçalves, Aristides Pavani Filho, Cláudio Olany Alencar de Oliveira e Karina Domingues Bressan Vidal ouviram dos representantes das instituições, informações sobre como os navios autônomos fazem parte da mais nova revolução disruptiva no setor marítimo mundial.
A introdução da inteligência artificial, IoT, Big Data e Deep Learning em embarcações faz parte de um dos maiores esforços da indústria marítima mundial para tornar a navegação mais segura.
O encontro de apresentação dos estudos contou com a presença do senador Esperidião Amin e da deputada federal Ângela Amin, que se comprometeram em trabalhar num projeto de lei para regular esta atividade no Brasil e evitar que o setor sofra barreiras desnecessárias, mas ao mesmo tempo permitir que os trabalhadores possam se adaptar a estas mudanças e venham a fazer parte das novas oportunidades que serão criadas.
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Nota divulgada pela assessoria da deputada Ângela Amin traz mais informações:
“De acordo com várias estatísticas de seguradoras e institutos de pesquisa, acidentes marítimos tem como estonteante principal causa, erros de origem humana (em média, até 85% dos casos). O navio Stellar Banner, repleto de minério de ferro, que encalhou na costa do Maranhão em 26 de fevereiro, por exemplo, pode ter sofrido avarias no casco ao ter passado sobre um banco de areia. Mesmo tripulado, caso possuísse meios da chamada navegação inteligente, o navio jamais teria passado sobre esse obstáculo, que consta na carta de navegação.
Segundo os catarinenses, a navegação autônoma gerará mais oportunidades e maior qualidade de vida para os próprios marítimos, ao contrário de parecer que irá exterminar com as profissões. Apesar da diminuição de tripulantes ou mesmo da sua eliminação no futuro, centros de controle remoto precisarão ser criados. Além disso, os técnicos e engenheiros de máquinas poderão fazer as manutenções de todos os níveis (preditivo, preventivo e corretivo), no próprio cais quando atracados ou mesmo embarcando através de lanchas de apoio. Os equipamentos estarão sendo sempre monitorados em terra. Caso apresentem defeitos, elementos de redundância (substituição) entrarão automaticamente em ação. Outro aspecto do projeto será na pesquisa da propulsão totalmente elétrica com tecnologia nacional.”
