O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta sexta-feira (28), durante palestra na Fiesc, em Florianópolis, a desvinculação do orçamento da União, medida que considera um dos pilares para a retomada do crescimento econômico. O segundo pilar é o controle efetivo das contas públicas.

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Ao explicar porque é a favor a desvinculação, revelou que 96% do orçamento da União estão comprometidos com despesas vinculadas, com gastos obrigatórios. Assinalou que alguns destes gastos sobem mais todos os anos mais do que os índices inflacionários.

Informou, ainda, que o governo federal terá para investir neste ano apenas R$ 139 bilhões, menos de 10% da arrecadação anual.

O general fez uma forte pregação pela democracia liberal, que considerou objetivo inafastável do atual governo, da liberdade de mercado, do sistema capitalista, do Estado de Direito e de uma forte atuação da sociedade civil. Elogiou a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) por ter apresentado dados sobre o Estado, defendendo investimentos federais para melhorar a infraestrutura.

O vice-presidente destacou também a atuação da Polícia Militar de SC, que considerou modelo para todo o Brasil. E criticou o empoderamento político das polícias militares nos governos passados, com a repetição de um conhecido pensamento: "Quando a política entra nos quarteis pela porta da frente, a disciplina sai pela porta dos fundos".

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O general Mourão proferiu outra vez uma verdadeira aula magna sobre a conjuntura internacional, os desafios do Brasil e do atual governo, os problemas graves encontrados na estrutura administrativa, as relações entre o Congresso e o Executivo e o desenvolvimento tecnológico.

Ele não tem receio da telefonia celular 5G, dominada hoje pela China, Noruega e Finlândia, dizendo que aqui no Brasil a Huwei detém todo o sistema de 4G.

Ouça o comentário para o Jornal da CBN da tarde desta sexta-feira (28):

Discriminação federal

Antes da palestra de Mourão, o presidente da Fiesc fez uma análise minuciosa com dados oficiais sobre a discriminação da União para com Santa Catarina. Um dos números mais contundentes, apresentados em power point, revela que o governo federal arrecadou em 2019 mais de R$ 66 bilhões no Estado e fez investimentos de apenas R$ 6,7 bilhões, ou apenas 10%.

Atraso justificado

A conferência do vice-presidente começou com uma hora e 10 minutos de atraso. Ele explicou que seu avião teve que retardar a decolagem em Brasilia porque outra aeronave precisou pousar com prioridade, pois transportava órgãos humanos para transplantes.

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Presenças e ausência

Vários parlamentares de Santa Catarina e grande número de empresários estiveram na palestra. O governador Carlos Moisés da Silva não compareceu. A vice Daniela Rainehr  foi indicada para representá-lo.

Moisés da Silva está desde sexta-feira (28) em Foz do Iguaçu, onde ocorre o encontro dos governadores do Sul e Sudeste.