Como o senhor avalia o tsunami eleitoral do 1º turno?
Acho que a influência da Operação Lava-Jato ficou muito clara em termos de Sul, Sudeste e Centro Oeste. Ela teve a influência do eleitor contra a corrupção. Todos aqueles que, de certa forma, foram atingidos, com justiça ou injustiça, pagaram essa conta. Tivemos ali o nascimento da candidatura Bolsonaro, que veio de forma emocional e passou para a comoção após o atentado. Foi largamente vitoriosa. E agora será estrondosamente vitoriosa. Aqui também o fenômeno não foi diferente, surgindo nas últimas horas a candidatura do Comandante Moisés, também cercado pela questão da honestidade.
Continua depois da publicidade
O senhor teve algum sinal de que isto ocorreria?
O tsunami se viu nas próprias pesquisas. Aqui em Santa Catarina ele veio bem na fase final. Não parecia que o pleito tivesse outra decisão senão uma disputa entre os candidatos do PSD e do MDB. Na última pesquisa já apareceu, surpreendente, o nome do Moises. E a virada aconteceu no dia da eleição, em função dos ventos contra a corrupção.
Continua depois da publicidade
Ele não foi beneficiário do 17 e das redes sociais?
Não, não! Ele foi beneficiário da luta contra a corrupção.
Como será seu voto no segundo turno?
Votarei para presidente da República, por exclusão e não por convicção, no deputado Jair Bolsonaro. E, aqui, por ter informações de ser um homem sério, no Comandante Moisés.
Por que o senhor externa apreensão com o futuro do Brasil?
Acho que com esta campanha que vivemos vamos continuar a ter uma profunda divisão profunda no país. O PT não vai se conformar. O Haddad, ainda agora, deu uma entrevista dizendo que só para quando o Lula for presidente. Isto é uma desgraça para o Brasil. Este confronto será prejudicial ao eleito. Ele precisará de uma equipe de bom senso. Isto teria segurança na posição do economista Paulo Guedes, por quem tenho grande respeito e admiração. Parece-me, contudo, que ele não está mais com a força, que teria passado para o deputado Onyx Lorenzoni, que é um homem sério, mas radical. O Exército de hoje não é o de ontem, que tinha figuras inteligentes e de proa como Castelo Branco, presidente renovador, Golbery do Couto e Silva, um homem altamente culto. O Exército é sempre nacionalista e nesse momento precisamos executar uma política liberal ampla para poder mudar o perfil das contas do governo. É preciso partir para a privatização de tudo, sem exceção. O Brasil terá os recursos para realizar as obras de infraestrutura, que são o gargalo nas exportações.
O senhor defende também a privatização da Petrobras?
Sem dúvida! Vender tudo! Criar um fundo com a venda destes ativos e executar o saneamento financeiro e executar as obras que o Brasil precisa.
Em que modelo o senhor se baseia?
Modelo do governo Margareth Tatcher. Enxuga o Estado, reduz a máquina. Ela dizia muito bem: “Dinheiro público não existe. O dinheiro que está no Estado é nosso, é do contribuinte”.
Continua depois da publicidade
Leia também:
Bolsonaro volta a criticar privatização da Eletrobras
Política de preços da Petrobras será a do governo Lula, diz Haddad