Duas reformas administrativas e duas decisões politicas totalmente diferentes: a reforma do governo Bolsonaro e a reforma do governo Moisés. Em Florianópolis, na Assembleia Legislativa, a convergência pelo melhor projeto e a unanimidade; em Brasilia, na Câmara Federal, a união do arcaico Centrão com parlamentares investigados, denunciados e até condenados, com oposições jurássicas, contra a Lava Jato e a favor da impunidade.

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Aqui em Santa Catarina, a Assembleia Legislativa aprovou, como estava previsto, com 35 votos dos deputados presentes, o projeto de reestruturação administrativa do governo Moisés.

A Assembleia entendeu que o governo tinha o direito de propor as novas condições de gestão. Suprimiu vários dispositivos, alterou artigos, mas manteve a espinha dorsal do projeto original.

Foi uma construção singular, que envolveu os relatores nas três principais comissões técnicas do parlamento. Um acordo amplo que envolveu os membros das comissões e resultou numa estratégia de aprovação a jato no plenário. Todas as emendas de destaque foram rejeitadas.

Após a votação o presidente Júlio Garcia concedeu entrevista falando da responsabilidade do legislativo e enfatizando que agora o governo tem as condições para governar como pretendia.

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Já em Brasilia, o que se viu na Câmara Federal foi uma ação ardilosa do Centrão, unidos com as oposições e os investigados por corrupção para esvaziar a Lava Jato.

A decisão de tirar do Ministério da Justiça o Coaf, que fiscaliza lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e outras fraudes no sistema financeiro, representou não só uma derrota do governo Bolsonaro. Foi gol contra o Brasil e o combate a corrupção. Foi uma oxigenação no esquema de impunidade que continua atuando em setores da capital federal. A retirada de poderes dos auditores federais insere-se nesta estratégia de esvaziar a Lava Jato e as ações de combate a corrupção.

Com estas decisões da velha politica, o Brasil não vai a lugar nenhum.