A decisão do ex-deputado Gelson Merísio de cancelar filiação no PSD, de forma suave, sem alardes, foi estratégica. Não convocou coletiva a imprensa, não concedeu entrevista e não avisou a nenhuma liderança que iria entregar a carta de desfiliação ao vice-presidente do Diretório o prefeito Antônio Ceron. Ele deixa, também, a presidência do Diretório Estadual.
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Merisio procura manter a liderança entre prefeitos, vereadores e dirigentes municipais e regionais do partido que deixou. Fica claro que suas divergências e as razões principais da saída estão na presidência nacional do PSD, exercida pelo ex-ministro Gilberto Kassab, e suas fortes relações com o ex-senador Jorge Bornhausen, que não integra o PSD, mas tem influência decisiva no partido.
Kassasb e Bornhausen chegaram a arquitetar intervenção no Diretório Regional, presidido por Gelson Merisio, no inicio de 2018, antes, portanto, da definição de candidaturas. Denunciada, a manobra iria trazer graves prejuízos ao partido, aos candidatos e ao então governador Raimundo Colombo, que estava apoiando a jogada politica.
Naquela ocasião, enfrentar estes poderosos do PSD interessava a Merisio para viabilizar sua candidatura ao governo, comandar o processo de alianças e partir para a campanha. Mas, no grupo de Bornhausen, ficou a marca da resistência e, até mais, de reparos a sua liderança.
Como Merisio não pretende disputar as eleições municipais de 2020, deixa o PSD para construir nova opção partidária. Vai examinar os cenários e decidir o futuro após minuciosa análise de conjuntura.
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