Uma sessão rara na Alesc. No momento em que o presidente Júlio Garcia assumiu a tribuna para, pela primeira vez, para falar sobre a operação Alcatraz, um silêncio absoluto no plenário e nas galerias. Expressiva presença de 34 deputados, cadeiras laterais repletas de diretores, servidores e amigos do parlamentar. As fisionomias revelavam solidariedade política e emocional.

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De pé, na frente do microfone, semblante abatido, mas com firmeza, o deputado falou sobre a operação policial que o incluiu com mandado de busca e apreensão. 

Proclamou várias vezes respeito às instituições, enfatizou que vai provar sua inocência na Justiça, agradeceu o apoio dos amigos e contestou com dados e fatos as duas acusações contidas no inquérito. Sobre o terreno. que dizem ser produto de propina, esclareceu que foi adquirido há mais de 25 anos e retardou a escrituração porque o dono veio a falecer, advindo dificuldades com os herdeiros. A respeito das relações com o proprietário de uma empresa de serviços, contratada pela Secretaria da Administração, disse ser seu amigo até hoje, mas deu ênfase à afirmação: “Desconheço qualquer atividade comercial dessa empresa”.

Júlio Garcia levou mais tempo ouvindo apartes de solidariedade de dez deputados de diferentes partidos do que para fazer seu pronunciamento.

Na entrevista coletiva, voltou a declarar inocência e deu novas informações sobre fatos mencionados no inquérito. Repetiu várias vezes que vai agir com serenidade, que os advogados estão tratando de provar sua inocência e que as atividades na Assembleia Legislativa seguirão normais, aprovando projetos de interesse de Santa Catarina, “como vem acontecendo até aqui”.

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Unânime

O deputado Júlio Garcia (PSD) ficou mais tempo na tribuna da Aslesc do que ouvindo apartes de solidariedade de deputados de vários partidos do que na leitura no pronunciamento em que tratou da Operação Alcatraz. Discursos fortes, alguns marcados por emoção, foram iniciados pela deputada Paulinha (PDT), seguindo-se Miltom Hobus (PSD), Marlene Fengler(PSD), Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz, líder do PT, Laércio Schuster (PSB), Mauricio Eskudlark (PR), Felipe Esteves (PSL), Ivan Naatz (PV) e Luiz Fernando Vampiro, líder do MDB.