A continuidade da prolongada greve dos caminhoneiros está deixando a população catarinense desamparada do poder público. O movimento perdeu legitimidade desde que o governo federal atendeu todas as reivindicações dos grevistas, e os infiltrados passaram a comandar os bloqueios. Virou ação ideológica e partidária que precisa ter um fim.

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Ao contrário do que ocorre em várias regiões do país, em Santa Catarina a greve dos caminhoneiros ganhou mais amplitude e provoca prejuízos muito maiores. Com paralisação total ou parcial das máquinas, 70% do parque industrial estão atingidos duramente. No Oeste, 5 milhões de litros de leite são descartados todos os dias. Frangos estão sendo dizimados. Serviços de saúde e educação paralisados Pior: recuperar a produção perdida levará tempo e exigirá trabalho redobrado dos frigoríficos.

Está faltando autoridade do governo federal, que agiu muito tarde, não teve competência para resolver o problema na origem e perdeu as condições políticas de solucionar a gravíssima crise.

A lentidão de ações concretas no Estado também deixa a população na orfandade. Ao contrário de outros Estados que restabeleceram todo o abastecimento – como o Rio de Janeiro e o nordeste – não se viu uma intervenção firme e eficaz do gabinete de crise instalado na Capital.

– A situação está insustentável — sentenciou a Associação Empresarial de Joinville, em documento enviado ontem ao governador Eduardo Moreira, mostrando a dura e dramática realidade do setor produtivo e suas graves consequências para a população. Falava por outros municípios.

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O momento exige bom senso, cabeça fria e espírito público. E uma atuação mais ágil e decisiva das autoridades e instituições com responsabilidade constitucional no restabelecimento pleno da lei e da ordem em Santa Catarina e no Brasil.

 

Confira outras publicações sobre a greve

 

Curtas

* A Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis denunciou o Sindicato dos Motoristas no Ministério Público Estadual. Considera a greve do transporte coletivo da Capital ilegal, abusiva, oportunista e partidária.

* Diretoria da Acaert transferiu “sine die” o Congresso Catarinense de Rádio e Televisão, previsto para o período de 4 a 6 de junho em Balneário Camboriú.

 

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