O empresário João Buatim, principal sócio da MABB, agência de publicidade acusada de “noteira”, por emitir notas fiscais frias, e considerado o delator principal que deu origem à Operação Alcatraz, é nome conhecido nos meios políticos da Capital desde a década de 1990.
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Despontou no cenário em 1992, quando concorreu à prefeitura de Florianópolis pelo desconhecido PRB, Partido Republicano Brasileiro.
A eleição foi vencida pelo falecido professor Sérgio Grando, do PPS, atual Cidadania, com 46.446 votos, contra 36.309 atribuídos a Edison Andrino de Oliveira, do MDB, 33.102 a Francisco de Assis, do PDS e 2.351 dados a Francisco Grillo, já falecido, do PMN. Buatim levou apenas 1.404 votos.
Durante a campanha apresentava-se como professor do Colégio Catarinense e procurou fazer um discurso diferenciado nos debates pelas emissoras de rádio e televisão.
No ano seguinte e por mais de 15 anos conviveu com o ex-deputado Edison Andrino de Oliveira, do MDB. Ouvido sobre o antigo colaborador, Andrino disse que há 10 anos rompeu com ele, decepcionado com seu caráter e atitudes. Afirmou: “Durante 20 anos vivi com o inimigo. Enganador. Quando nos encontramos, envergonhado, evita falar comigo.”
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João Buatim fechou contratos com a Montesinos, empresa do grupo Ondrepsb, a partir de amizade pessoal com o falecido diretor Paulo Bordin, um dos proprietários.
Há exatamente um ano, numa reunião social, João Buatim revelou que estava sendo investigado pela Receita Federal e pela Polícia Federal.
E avisou que não cairia sozinho. As delações e o inquérito da Policia Federal confirmaram seu anúncio.