Na audiência que a ANTT realizará em Florianópolis na próxima segunda-feira, o Conselho Estratético de Infraestrutura, Transporte e Logística deverá propor a adoção do sistema de cobrança de pedágio free flow (fluxo livre) na BR-101 em Santa Catarina, sem as atuais praças para cobrança de tarifa dos usuários.
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Esta tese vem sendo defendida há anos pelo presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, desde quando presidia a Câmara de Transporte da Federação. Um dos argumentos definitivos: somente 30% dos usuários da BR-101 norte pagam pedágio atualmente, segundo dados da concessionária. Se todos pagarem pelo sistema “free flow”, a tarifa cairá, a receita aumentará e a concessionária poderá realizar os investimentos necessários.
– O free flow poderia resultar em redução considerável dos custos para os usuários dos municípios do entorno das praças de pedágio que utilizam a rodovia para percorrer trajetos menores – enfatiza Aguiar.
A polêmica foi retomada na reunião do conselhão, ontem na Fiesc, para tratar do edital de concessão do trecho sul da BR-101. Aquele percurso, com 220 quilômetros, foi concluído em 2014. Quer dizer, a ANTT, com este centralismo absurdo de Brasília, está levando quatro anos para realizar a concorrência. Neste período, a rodovia já se deteriorou em vários trechos e carece de maiores investimentos para conservação e restauração.
De acordo com os estudos da ANTT, serão necessários mais de R$ 2,9 bilhões para manter o trecho sul em função de obras inadiáveis, como marginais, trevos de acesso, pistas de aceleração etc.. A Agência prevê quatro praças de pedágio. Lideranças do Sul querem apenas dois ou três. Os valores também são criticados. Os usuários precisam decidir: querem péssima estrada, insegura, em deterioração ou pagam pedágio justo com segurança e qualidade?
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