A primeira visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Santa Catarina foi, do ponto de vista do marketing pessoal, um sucesso indiscutível. Conviveu com os pastores, teve oportunidade de agradecer os apoios dos evangélicos e as orações por sua saúde e homenageou um herói da Força Expedicionária Brasileira.
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Sob o aspecto político, o presidente perdeu uma grande oportunidade de agradecer à excepcional votação e dar alguma boa notícia. Limitou-se a falar dos desafios para comandar o Brasil, da campanha eleitoral e deu um tom mais religioso ao discurso.
Prestou merecida homenagem ao empresário Luciano Hang, da Havan, que apoiou sua candidatura e mantém-se importante aliado nas redes sociais. Disse que Luciano é exemplo de empresário e de cidadania.
Mas, lamentavelmente, num auditório receptivo, não fez qualquer referência aos problemas de Santa Catarina, não anunciou nenhuma medida para beneficiar o Estado, não falou em liberação de recursos e nenhum ato em relação as principais aspirações da população. Perdeu, assim, uma oportunidade de ouro de melhorar sua imagem no Estado.
O governador Moisés da Silva também limitou-se a abordar a surpresa que foi sua eleição, classificando-a de fato milagroso. Relatou pequenas ações e concluiu: “Vocês estão olhando para um milagre”.
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Perdeu a chance de agradecer a visita e se posicionar sobre o tratamento discriminatório que Santa Catarina sofre há muito tempo de Brasilia, enfatizar a votação extraordinária de Bolsonaro e cobrar ações na saúde, educação e infraestrutura tão necessárias ao Estado.