O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) não precisa de oposição. Seus filhos, colaboradores, correligionários e até alguns assessores parecem que atuam na trincheira adversária.
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A mais recente escaramuça política teve as impressões digitais do vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente mais atuantes nas redes sociais. Publicou no Twitter:
"Deputado Peninha não votou para manter o COAF no Ministério da Justiça? Dessa eu não sabia".
Não sabia, mas tinha a obrigação familiar, política e ética de procurar saber. Afinal, Peninha é vice-líder do governo na Câmara.
O deputado catarinense deu uma resposta contundente no mesmo espaço digital. Ele foi um dos primeiros a aderir a Bolsonaro na campanha presidencial, dois anos antes das eleições, mas estava impedido de comparecer na Câmara Federal.
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Sofreu uma grave lesão no tornozelo em outubro, rompendo o tendão. Ficou imobilizado meses em casa e estava em tratamento.
Durante esta semana, segundo seus médicos, teve uma forte recaída, passou por novo tratamento e recebeu recomendação médica de repouso absoluto. Poderá sofrer nova cirurgia. Ficou no apartamento em Brasília nos dois últimos dias.
Por isso, segundo o próprio Peninha, não pode comparecer na sessão da Câmara que votou a reforma.
Nestes primeiros meses, o governo Bolsonaro perde tempo precioso para intrigas pessoais, conflitos partidários e altercações de puro varejo. Esgrimando até na cozinha com correligionários, o governo só dá munição para seus adversários. E retarda as urgentes reformas.