O advogado de Paulo Bauer (PSDB) informou ter lido o inquérito pedido pela Procuradoria Geral da República e autorizado pelo ministro Luiz Fachin, do STF. Teria 600 páginas, das quais duas no terceiro volume sobre o senador,  contendo a delação do ex-diretor de Relações da Hypermarcas, Nelson José de Melo, sobre contribuições pelo caixa 2 para as campanhas dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Eduardo Braga e Eunício de Oliveira, todos do PMDB.

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Ao investigarem as propinas pagas ao atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, os agentes localizaram transferências de R$ 11,5 milhões para a campanha de Paulo Bauer ao governo em 2014. O senador nega ter recebido doações não contabilizadas e reiterou em nota que todas as despesas foram comprovadas na Justiça Eleitoral.

O parlamentar esteve reunido com a executiva estadual do PSDB, fim da qual foi emitida uma nota oficial em que recebe manifestação de confiança. O partido mantém candidatura ao governo, mas sem mencionar o nome de Bauer.

As primeiras analises feitas após a autorização do inquérito indicam mudanças de cenários. Os maiores prejudicados são o senador Paulo Bauer e o PSDB, que perderam cacife nas negociações. Entre os partidos, o maior beneficiário é o PMDB, que fica oxigenado para propor alianças com os tucanos. Já se cogita até de candidatos do PMDB a governador e a senador, com duas vagas de vice e senador para o PSDB.

Nesta hipótese, ganham força as candidaturas de Gelson Merisio (PSD), Esperidião Amin (PP) e até de João Paulo Kleinübing, recém-filiado ao Democratas. Se tucanos e peemedebistas selarem aliança, Amin, Merísio e Kleinübing estarão juntos no mesmo palanque.

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No meio político e popular, a pergunta é uma só: qual será a próxima degola?

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