A Aurora, maior cooperativa agrícola de Santa Catarina e uma das maiores do Brasil, decidiu paralisar totalmente suas atividades nas unidades de processamento de aves e suínos de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, nos dias 24 e 25 de maio.
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A medida é consequência da greve dos caminhoneiros, que impede a chegada dos insumos nas indústrias. Além disso, a capacidade de estocagem dos produtos frigorificados está exaurida, em função da suspensão das exportações para a União Europeia.
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A nota divulgada pela Aurora dá mais detalhes:
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“A Cooperativa Central Aurora Alimentos comunica que, em consequência da greve que atinge o setor de transportes nas regiões onde estão instaladas as suas unidades produtivas, paralisará totalmente as atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul (inicialmente) nesta quinta e sexta-feira, dias 24 e 25 de maio de 2018.
A suspensão total das atividades tornou-se imperativa e inevitável em razão dos efeitos do movimento grevista que impede a passagem dos caminhões que transportam todos os insumos necessários ao funcionamento das indústrias e, também, o escoamento dos produtos acabados para os portos e os centros de consumo. A capacidade de estocagem de produtos frigorificados – de 50 mil toneladas – está exaurida.
No campo, as famílias rurais são as mais prejudicadas porque o mesmo movimento grevista impede o fornecimento de ração, pintinhos, material genético, remédios etc. aos milhares de produtores rurais, colocando em risco imensos planteis de aves, suínos e bovinos. Ao mesmo tempo, impede a retirada da produção agrícola e pecuária.
Dessa forma, o sistema de produção no campo e na cidade ficou asfixiado e impossibilitado de operar em face da falência de suprimentos.
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Sem fazer qualquer julgamento sobre a legitimidade ou a legalidade da greve, a Aurora Alimentos adverte para o sofrimento e as perdas que estão sendo impostas a milhares de famílias rurais, trabalhadores urbanos, micro e pequenas empresas da cadeia produtiva e ao sistema cooperativista.
Mesmo que, eventualmente, a greve venha a ser encerrada nas próximas horas ou dias, a paralisação das unidades industriais nesta semana não poderá ser cancelada em face das condições adversas que se criaram ao fluxo normal da produção.
Nesses dois dias em que as plantas industriais da Aurora estarão fechadas:
– 7 indústrias de aves e 8 indústrias de suínos estarão inoperantes;
– 28 mil trabalhadores diretos estarão dispensados temporariamente do
– Cerca de 8 mil produtores rurais terão que adotar regime de restrição alimentar aos plantéis de aves, suínos e bovinos;
– A escassez ou falta de rações prejudicará de forma insidiosa o desenvolvimento de um plantel de 32 milhões de frangos e 1 milhão 260 mil suínos porque, quando o movimento dos caminheiros cessar, os prejuízos continuarão se manifestando nesses ativos biológicos mal-nutridos;
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– 2 milhões de aves e 40 mil suínos deixarão de ser processados apenas nesses dois dias;
– 300 caminhões câmaras-frias/dia, 200 caminhões com cargas vivas/dia e 120 caminhões de ração/dia deixarão de circular.
Tudo isso representa mais de R$ 50 milhões de prejuízos para toda a cadeia produtiva ancorada na Aurora Alimentos, justamente em um ano em que a perda de mercados e problemas conjunturais já sacrificam severamente a agroindústria da carne com milhões em perdas.
A Cooperativa Central Aurora Alimentos apela para que o Governo e o Movimento dos Transportadores dialoguem e, num exercício de grandeza e compreensão com os graves problemas nacionais, encontrem uma alternativa para por fim à greve, pois reconhece a enorme importância do setor de transporte rodoviário para o País e o papel social e profissional dos caminhoneiros.
Chapecó (SC), 22 de maio de 2018.”
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