As revelações impactantes de Maia

O presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM), surpreendeu positivamente em sua palestra no auditório da Assembleia Legislativa (Alesc), dentro do “Momento Brasil”, da Acaert. Com singular sinceridade e dados oficiais, ofereceu um diagnóstico preciso e atual sobre a grave crise que atinge a União, os Estados e os Municípios.

Primeiro: não há como cogitar de aumento de impostos. Líder da campanha pela revogação da CPMF em 2007, o deputado mantém a mesma posição contra tributo semelhante.  Defende, ao contrário, a redução da carga tributária para patamar de 30% do PIB.

Segundo: o Orçamento da União é inviável no sistema atual, com indexação das despesas. 80% dos gastos totais estão comprometidos com percentuais rigorosos.  De cada R$ 100,00 arrecadados, R$ 94,00 serão destinados a despesas obrigatórias.  Quer dizer:  94% são para despesas obrigatórias, limitando os investimentos em apenas 6%.

Terceiro: manter este sistema significa punir ainda mais a população e frear o desenvolvimento. É preciso desindexar o orçamento, reduzir as despesas do poder público, reduzir a carga tributária e simplificar a cobrança de impostos para estimular o setor produtivo.

Rodrigo Maia defendeu nova postura dos políticos, que estão desconectados da sociedade porque tem discursos de campanha fora da realidade.   A sociedade reprovou esta postura e exige mudanças.

A Câmara Federal também precisa enxugar e mudar. Ali, a media de salários é de R$ 31 mil. Sem contar as despesas com os deputados, a Câmara gasta com os servidores entre R$ 4 bilhões a R$ 5,3 bilhões por ano.

Completou: “É preciso ter coragem para enfrentar a realidade. Prometer o que o orçamento não permite afasta os políticos da sociedade. O povo paga sempre mais e recebe sempre menos”.

Homenagem

O deputado Rodrigo Maia terminou a palestra na Assembleia proclamando: “Meu pai foi prefeito do Rio três vezes com gestões muito polêmicas. Perguntam por que sou mais moderado e pacificador. Porque tive como professor o senador Jorge Bornhausen”. Sentado na primeira fila, o ex-governador recebeu consagradores aplausos. Que se repetiram mais vibrantes, quando o cerimonial agradeceu sua participação no evento.