Confira entrevista com Darlan Airton Dias, procurador Chefe da República em SC:
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Como a Procuradoria atuou na greve dos caminhoneiros?
O Ministério Público Federal, a partir de uma atuação coordenada pela Procuradora Geral da República, procurou intervir na crise com dois vieses: um, de garantir o fluxo de bens de caráter humanitário, incluidos medicamentos e oxigênio para os hospitais, alimentos e coisas básicas para que os serviços essenciais não parassem. Houve ainda participação direta dos procuradores da República em Lages, Curitibanos, Chapecó, Criciúma e Tubarão, além de ações de desobstrução de vias, dando respaldo as ações da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e do Exército. Essa forças se sentem mais respaldadas quando contam com o Ministério Púbico na difícil missão de restabelecer a ordem. Essa ação prossegue agora com mais intensidade na investigação criminal de responsabilização dos que cometerem crimes contra a organização do trabalho(locaute), lei de segurança nacional (incitação a golpe militar) e terrorismo, envolvendo derrubada de torres. Foi praticada por aproveitadores que queriam instituir o caos em Santa Catarina.
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Como se deu a atuação da procuradora-geral Raquel Dodge?
Tão logo a crise se tornou aguda a Procuradora Geral criou um grupo com todos os Procuradores Chefes dos 27 Estados. Nossa atuação era atualizada por. Raquel Dodge, articulada com ministros em Brasília. Nossas autoridades foram muito receptivas às ações do Ministério Público Federal. Queria fazer referência aos secretários Alceu Pinto e Rodrigo Moratelli, ao superintendente da Polícia Rodoviária Federal, que fez um belo trabalho, além do Exército e da Polícia Militar. Santa Catarina foi o Estado com movimento mais intenso. O número de pontos foi o segundo maior do Brasil. É uma das características de nossa sociedade, mais difusa, com associativismo muito forte. Um dia, no Cigerd, testemunhei uma negociação com mais de 100 líderes dos caminhoneiros. Apesar da gravidade da crise, Santa Catarina acabou saindo bem. Não houve derramamento de sangue, embora houvesse pontos de muito acirramento.
O que o senhor achou do Centro de Riscos e Desastres?
É um centro de excelência, com tecnologia de ponta que não fica devendo nada a centros similares de países desenvolvidos. A atuação integrada foi fundamental. É muito importante nestes momentos.