Há dois dias que a suspensão das exportações de frango para a Arábia Saudita repercute na imprensa e nos meios políticos com duas versões. Pela primeira, explorada pelas oposições, a de que os árabes estavam retaliando o Brasil pelo anúncio do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre possível transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Pela segunda, o embargo foi provocado por questões técnicas, ligadas a descumprimento da rigidez de normas impostas pelos muçulmanos de criação e abate dos frangos.
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A Associação Catarinense de Avicultura (Acav) lançou uma nota oficial em que afirma de forma categórica que a causa da suspensão “não era de caráter técnico”. Mas, também, não afirmava que se tratava de uma questão política.
Nos bastidores, informa-se que a motivação seria de caráter comercial. Os árabes vêm aumentando a criação de frangos. Há dois anos eles alertaram as autoridades brasileiras para a necessidade de reduzirem o volume de exportações e aumento nos preços. Razão matemática: o frango catarinense tem segurança alimentar absoluta na avaliação sanitária, qualidade para os consumidores e preços altamente competitivos no comércio árabe. Os avicultores locais, com isso, tinham espaço limitado para as vendas.
O comércio internacional tem revelado, nos últimos anos, suas múltiplas facetas. Quando países da União Européia sentem o peso da qualidade e dos preços dos produtos catarinenses, de aves, suínos e bovinos, colocam restrições sanitárias pífias para suspensão das exportações. Ou alegam problemas ambientais. Ou, ainda, exigem rastreamento integral dos rebanhos.
Pelas últimas análises e informações, o veto árabe seria comercial.
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