Tancredo Neves foi uma das maiores expressões da vida pública brasileira no século passado. Inteligente, perspicaz, letrado, honesto, competente, sábio articulador, teve papel destacado nas principais crises na República do pós-guerra. Sua principal missão: conduzir o Brasil para a redemocratização, numa inédita conjugação de forças políticas, um discurso identificado com os anseios populares. Foi eleito presidente, mas não assumiu, vítima de diverticulite.

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Trágica coincidência. Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril de 1985. Motivo mais do que justo para que os brasileiros fizessem algum registro pelos 33 anos de seu falecimento. O noticiário do Dia de Tiradentes, data que tantas glórias deu a Minas Gerais, contudo, foi marcado por novas denúncias de corrupção contra o senador Aécio Neves.

O neto que Tancredo adotou como filho frustrou 51 milhões de brasileiros, trocou a literatura política do avô pelas acusações de propinas e imoralidades do caixa 2. Já são nove os inquéritos contra o senador tucano. E agora o dono da Andrade Gutierrez acusando Aécio Neves de ter recebido R$ 35 milhões. Fora o mensalinho de R$ 50 mil que o corruptor Joesley Batista diz ter pago ao ex-presidente do PSDB.

Assim, o dia 21 de abril de 2018 entra na história com mais este infortúnio: a segunda morte de Tancredo Neves.

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